Dilma prometeu vetar quem usou mão-de-obra escrava. Esta é sua chance

 

Repercute no Tocantins a provável indicação de Onofre Marques de Melo para a superintendência regional da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Estado. Ex-presidente do Instituto de Terras (Intertins) e ex-deputado estadual, ele está listado no cadastro de empregados flagrados com mão-de-obra escrava do Ministério do Trabalho e Emprego, carinhosamente chamado de “lista suja”, desde 31 de dezembro passado.

A razão da inclusão foi a libertação de dez trabalhadores de sua fazenda Água Roxa, dedicada à criação de bovinos, em Ananás, Norte do Tocantins. Quem é inserido nessa relação permanece por dois anos corridos, período em que precisa sanar as irregularidades encontradas, quitar as pendências com o poder público e não reincidir no crime. A “lista suja” é utilizada por bancos e empresas para evitar negócios, o que garante ao mercado uma ótima ferramenta para gerenciamento de riscos, protegendo nossa economia e a dignidade de nossos trabalhadores.

Segundo apurou este blog, Onofre havia contatado organizações para diminuir os danos da publicização de seu nome na “lista suja”, já antevendo uma possível indicação.

Este é um dos raros momentos em que podemos verificar se promessas assumidas em campanha são colocadas em prática ou eram apenas palavras ao vento que se rendem ao pragmatismo puro e simples. Durante as últimas eleições, Dilma Rousseff e 12 governadores eleitos (Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Piauí, São Paulo e Sergipe) assinaram a Carta-Compromisso contra o Trabalho Escravo, prometendo – em nove pontos – atuar no combate a esse crime.

Dilma-e

Iniciativa da Frente Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo e da Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo, ela foi enviada a todos os candidatos à Presidência da República e aos principais candidatos aos governos dos 26 Estados e do Distrito Federal. O atual governador do Estado do Tocantins, Siqueira Campos, foi convidado, mas declinou.

No compromisso, lê-se: “garanto que será prontamente exonerada qualquer pessoa que ocupe cargo público de confiança sob minha responsabilidade que vier a se beneficiar desse tipo de mão-de-obra”. O que, por lógica, significa que nem serão indicadas pessoas nessa condição. Ainda mais que se encontram em uma relação oficial do próprio governo federal usada pelo setor produtivo para gerenciamento de riscos.

A Funasa é um órgão da administração pública federal, portanto, sob o guarda-chuva da promessa endossada por Dilma em 25 de agosto de 2010. Vale acompanhar para entender o que é, afinal de contas, importante para um mandatário no poder.

Fonte: Blog do Sakamoto

+ sobre o tema

TSE divulga dados sobre os candidatos das eleições 2014.Segundo a cor/raça

Órgão disponibilizou, pela primeira vez, dados sobre raça/cor dos...

A inteligência de cada um

Estudos mostram que a genética é crucial. Outros fatores...

Igreja: Alma do negócio

Por: RICARDO MELO       SÃO PAULO - Quanto mais a cúpula...

O transporte de tração animal no Central Park e no Sul de Minas

Sou aficionada por revistas e livros sobre animais de...

para lembrar

Estamos formando uma geração de egoístas, egocêntricos, alienados e inconsequentes

Parece que perdemos a capacidade de raciocinar, de entender...

Governo prepara novo programa de combate à pobreza

Promessa de campanha de Dilma, novas ações são prioridades...

‘Demos mole’, diz fundador do PV sobre Rede de Marina Silva

  Alfredo Sirkis lamenta rejeição à criação do...

Governo planeja unificar idade para aposentadorias de homem e mulher

A proposta de reforma da Previdência que o governo...

Fim da saída temporária apenas favorece facções

Relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Senado Federal aprovou projeto de lei que põe fim à saída temporária de presos em datas comemorativas. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA),...

Morre o político Luiz Alberto, sem ver o PT priorizar o combate ao racismo

Morreu na manhã desta quarta (13) o ex-deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), 70. Ele teve um infarto. Passou mal na madrugada e chegou a ser...

Equidade só na rampa

Quando o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, perguntou "quem indica o procurador-geral da República? (...) O povo, através do seu...
-+=