E Luiz Carlos Gá voltou pra casa. Foi desenhar uma nova marca, no Orun

O carioca, Luiz Carlos  Gá, o filho de Ari Bartolomeu de Almeida, dizia: “Quando começo a  contar minha história tenho que falar do meu pai, que, logo cedo descobriu minha capacidade do desenho e me levou a Escola de Belas Artes  apresentou , ao pintor, Casimiro Ramos e a partir daí começou a construção do artista, que hoje sou.

Era o preto do Rio de Janeiro das intervenções urbanas, humanas, africanas e afetivas.

Um cabra com uma visão sarcástica da humanidade, cheio das ideias carregadas de infinitudes, no enfrentamento ao racismo estrutural e insidioso.

Um artista plástico, referência histórica do MNU do Rio de Janeiro e outras bandas do mundo, com traços finos tendo como propósito as grandes revoluções humanas.

 Um homem dos palavrões:” Como posso falar do racismo sem falar palavrões?”

O homem das marcas, do “Trator de Veludo”, do “Faça a Coisa Certa”, “Nota Preta”, “Coisa de Crioulo.”

Um ativista com relação intima com a valorização do protagonismo negro:

“A comunidade negra conhece Nelson Mandela, mas não conhece Abdias Nascimento.

Tudo que fiz o tempo todo está ligado a questão racial.”

A última vez que , essa ativista encontrou Luiz Carlos  Gá foi em uma terça-feira, do ano de 2016, no VLT Carioca, em uma viagem técnica do Instituto Raízes de Áfricas, ao Rio de Janeiro .

A conversa foi apressada e substantiva.

A viagem técnica  tevecomo interesse conhecer profissionais, ferramentas e modelos de gestão utilizados pela Incubadora Afro Brasileira, buscando o desenvolvimento de empreendimentos de base econômica, agregados ao valor étnico para implementação no estado de Alagoas.

Gá era grandiloquente em tudo que fazia, mas. reafirmava sua amorosidade ao mundo a partir da vivência por ser avó de Matheus, o neto muito amado no mundo do artista.

Um agitador de caminhos, revolucionário de ideias, Gá agora terá seu merecido descanso.

Reencontrará o imortal, Marcos Romão.

Pode descanse, seu cabra, por aqui, você semeou Matheus.

Que o Orun o receba com muita festa.

Salve, Salve!

+ sobre o tema

Geledés Instituto da Mulher Negra com pesar noticia o falecimento do fotógrafo Mário Espinosa

Mário Espinosa nasceu em Montevidéu - Uruguai em 1943....

Morre, aos 74 anos, o lendário boxeador Muhammad Ali

Ex-campeão mundial dos pesos-pesados e um dos mais conhecidos...

Doutora Fátima de Oliveira, presente em nossa história e nossa luta

Fátima Oliveira, 63 anos, médica, feminista emancipacionista, escritora, avó...

Salve sua força, Marlene Silva! Obrigada.

Não há em Belo Horizonte, gente negra de mais...

para lembrar

Afetividade preta é tema de clipe de Thiago Malakai e Mel Duarte

O músico Thiago Malakai lança, na sexta-feira (11 de...

Artistas negros dominam o line-up do Festival de Jazz de Ouro Preto – Tudo é Jazz

A 21ª edição do Festival de Jazz de Ouro Preto...
spot_imgspot_img

Ari Cândido, o primeiro fotojornalista negro de guerra do Brasil

“A fragilidade gelatinosa do seu pré-roteiro acumula situações sempre previsíveis ou simplesmente gratuitas (…) os truques ginasianos e absurdos de sua sinopse, o equívoco...

Artistas negros dominam o line-up do Festival de Jazz de Ouro Preto – Tudo é Jazz

A 21ª edição do Festival de Jazz de Ouro Preto - Tudo é Jazz, evento considerado um dos mais importantes em todo o mundo pela...

Quem foi Heitor dos Prazeres, pintor do Rio de Janeiro negro e interiorano

Com um pincel em uma mão e um cigarro na outra, a tela repousada em declive e a janela aberta para a antiga Praça...
-+=