Em meio à perda de apoio, Obama lança ofensiva por voto latino

Pete Souza/The White House

Com o apoio da população latina em queda, o presidente americano, Barack Obama, lançou esta semana mais uma ofensiva para tentar recuperar o voto dessa parcela dos eleitores americanos.

O presidente participou na segunda-feira de um jantar na casa dos atores Antonio Banderas e Melanie Griffith, em Los Angeles, com a presença de vários membros da comunidade hispânica. O ato vem sendo chamado de o primeiro evento latino de arrecadação para a campanha de Obama.

O objetivo é reconquistar os eleitores latinos, que foram fundamentais na eleição de Obama à Presidência em 2008, mas desde então vêm reduzindo seu apoio, em meio à demora na aprovação de uma reforma nas leis de imigração e ao agravamento da crise econômica.

Segundo uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Gallup, a aprovação de Obama entre a população hispânica segue uma trajetória de queda e está em torno de 49%, bem abaixo dos 60% registrados no início do ano.

Calculada em 50 milhões de pessoas – ou um sexto do total de habitantes dos Estados Unidos –, a população de origem latina é vista por analistas como crucial na reeleição do presidente.

Medidas

De olho no voto latino, Obama iniciou sua viagem de três dias pelo oeste americano por Las Vegas, em Nevada.

O estado, assim como o Colorado, também incluído no roteiro desta semana, abriga uma grande comunidade hispânica e é considerado chave nas eleições presidenciais por não ter preferência clara por nenhum partido, alternando vitórias de democratas e republicanos.

Entre um evento de arrecadação e outro, Obama lança uma nova campanha, com o mote de “Nós não podemos esperar”, criticando a obstrução do Congresso a seu plano de geração de empregos, no valor de US$ 447 bilhões (cerca de R$ 784 bilhões).

Com o fracasso do projeto no Congresso, Obama busca agora implementar medidas relativas a moradia, educação e outros aspectos que não precisem de aprovação do Congresso – onde o Partido Republicano comanda a Câmara dos Representantes (equivalente a deputados federais).

Em Las Vegas, o presidente vai anunciar medidas para ajudar proprietários a refinanciarem suas hipotecas, evitando que mais gente perca suas casas por conta de dívidas.

Republicanos

Assim como em roteiros anteriores, a viagem começa sob críticas dos republicanos que buscam a indicação do partido para concorrer à Presidência nas eleições de 2012.

Segundo os críticos, Obama demonstra mais preocupação em fazer campanha do que em cumprir suas tarefas como presidente e resolver o problema dos 14 milhões de americanos que estão sem emprego.

O alto nível de desemprego é considerado um dos motivos da queda do apoio da população latina a Obama, já que nesta parcela da população a taxa supera 11%, acima da média nacional de 9,1%.

Outro motivo é a decepção com a abordagem do presidente em relação à política de imigração. Apesar de ter prometido promover uma grande reforma nas leis nacionais de imigração em seu primeiro ano na Casa Branca, Obama não conseguiu superar a oposição republicana, e o problema permanece sem solução.

Além disso, as deportações de imigrantes ilegais chegaram a um recorde durante seu governo – apenas no ano fiscal encerrado no mês passado quase 400 mil pessoas foram obrigadas a deixar o país.

No entanto, segundo analistas, mesmo com a aparente decepção com Obama, ainda não há um movimento claro da população latina em apoio aos pré-candidatos do Partido Republicano, especialmente diante do fato de que muitos desses candidatos têm usado a defesa de maior rigor contra os imigrantes ilegais em suas campanhas.

 

 

 

Fonte: Correio do Brasil

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