Encontro de quarta a sábado divulga a cultura afro-uruguaia em Porto Alegre

A 2ª Llamada Porto Alegre terá oficinas de candombe, manifestação carnavalesca uruguaia

Por: Roger Lerina

Nem todo mundo por aqui sabe, mas o Carnaval no Uruguai é uma festa tão importante quanto no Brasil, com uma rica tradição de manifestações populares de matriz africana. A partir desta quarta, a 2ª Llamada Porto Alegre pretende trazer um pouco dessa cultura que toma as ruas de Montevidéu durante o ano inteiro.

A programação do evento inclui oficinas de percussão de candombe, dança afro-uruguaia e luteria de tambores uruguaios, em três locais da Capital, incluindo a Casa de Cultura Mario Quintana, além de um Encontro de Tambores aberto ao público (confira no quadro ao lado). Llamada é como os uruguaios chamam as convocações para as reuniões especiais das diversas formações de candombe da cidade.

– O candombe é o resultado da cultura que os diversos povos africanos levaram para o Uruguai, para os conventillos (cortiços) de Montevidéu. A diáspora negra fez com que diversas tribos se encontrassem na capital uruguaia. O candombe reúne música, dança e cultura – explica o músico e produtor Lucas Kinoshita, promotor da Llamada Porto Alegre.

A primeira edição realizou-se em 2010, com três dias de atividades que culminaram em um encontro percussivo reunindo sopapos (tambor afro-gaúcho), alfaias (instrumento afro-brasileiro do Nordeste) e tambores de candombe, entre outros tipos. Kinoshita quer popularizar a expressão festiva afro-uruguaia, cujo clímax ocorre entre novembro e março – com destaque para datas como 6 de janeiro, Dia de Reis, quando a Llamada de San Baltasar ocupa a rua Isla de Flores, em Montevidéu, com dezenas de grupos de candombe.

– Descobri o candombe quando assisti aqui em Porto Alegre, em 2009, a um show que tinha a participação do músico uruguaio Sebastián Jantos. Depois, quando fui me apresentar em Montevidéu com o Richard Serraria, me apaixonei pelo candombe. Não entendia o que era aquilo. E ainda estou tentando entender – diz Kinoshita.

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Kinoshita criou uma produtora para divulgar o candombe
Foto: Ariel Jacobsen/Divulgação

PROGRAMAÇÃO:
Oficina de Dança
> De quarta a sexta, das 10h30min às 12h30min, na Sala Cecy Frank (CCMQ). Oficineira: Mazumbambera Ramírez.

Oficina de Luteria
> De quarta a sexta, das 14h às 16h, no ponto de cultura Quilombo do Sopapo (Av. Capivari, 602, bairro Cristal). Oficineiro: Alejandro Villano.

Oficina de Percussão
> De quarta a sexta, das 19h às 21h, no ponto de cultura Afro-Sul Odomodê (Av. Ipiranga, 3.850, bairro Jardim Botânico). Oficineiro: Diego Paredes.

Inscrições para as oficinas: no site www.tamborearte.com/inscricoes . Valores: R$ 30 por dia (desconto de 50% para estudantes e idosos).

Palestra Candombe – Herencia Africana en Uruguay
> Sábado, das 16h às 18h, no Auditório Luis Cosme (CCMQ). Palestrante: Oscar Montaño. Gratuito.

Encontro de Tambores
> Sábado, das 19h às 21h, no ponto de cultura Afro-Sul Odomodê. Gratuito.

Fonte: Zero Hora

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