Entenda a crise que provoca a paralisação do governo dos EUA

Congresso precisava aprovar orçamento para permitir gastos federais.
Museus, parques e emissão de passaportes devem parar.

 

Um impasse político em torno do orçamento dos Estados Unidos vai fazer com que grande parte do setor público do país pare de funcionar a partir da 0h01 desta terça-feira (1º).
Entenda o que levou o país a essa situação e o que pode acontecer.

Por que os Estados Unidos vão parar?
O governo federal ficou sem permissão para gastos não essenciais.

Por que isso acontece?
O Congresso precisava aprovar um Orçamento para permitir os gastos federais, o que costuma ser feito com antecedência – mas o prazo terminou nesta segunda-feira (30).

Sem esse orçamento, o governo federal vinha tendo seus gastos garantidos por permissões temporárias, chamadas de “resoluções continuadas”. A última, aprovada em março, expirou nesta segunda.

Os EUA estão sem dinheiro para pagar essas contas?
Não. No momento, o que falta é essa autorização para realizar gastos. Em algumas semanas, no entanto, o país deve atingir o limite de endividamento aprovado pelo Congresso. Se um acordo para elevar esse limite não for alcançado, aí sim, poderá faltar dinheiro ao governo para pagar empréstimos e cumprir compromissos financeiros.

O que acontece sem a aprovação para continuar a gastar?
A partir da 0h01 desta terça-feira (1º), os serviços considerados não essenciais devem ser paralisados. Cerca de 800 mil trabalhadores federais serão colocados em licença não remunerada.

Quais serviços serão interrompidos?
Ficarão fechados parques nacionais e museus. A emissão de passaportes para norte-americanos poderá ser interrompida ou sofrer atrasos, assim como de vistos para estrangeiros (a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, no entanto, afirmou que isso não deve ocorrer ao menos em um primeiro momento). O processamento de impostos pode sofrer atrasos, assim como o pagamento de alguns benefícios, como os direcionados aos veteranos das Forças Armadas.

Também podem ser interrompidos os pagamentos de subsídios agrícolas e novas concessões de benefícios sociais e de garantias federais para empréstimos, incluindo para pequenas empresas e compra de imóveis. Serviços de coleta de lixo também podem sofrer interrupção em Washington, onde são controlados pelo governo federal.

O que continua funcionando?
O fechamento não deve afetar o controle de tráfego aéreo, controle de passaportes, pagamentos de pensões, correios, serviços militares, serviços médicos e controle de fronteiras, entre outros.

Por que o Congresso não aprovou uma nova permissão para gastos?
Há um impasse entre os partidos Democrata, do presidente Barack Obama e Republicano.
Os republicanos, que comandam a Câmara, se recusam a aprovar uma nova permissão de gastos se não forem atendidos dois pedidos: adiar em um ano a entrada em vigor da lei de assistência à saúde do presidente Obama – o chamado “Obamacare” – e eliminar um imposto criado para financiar a cobertura de pessoas sem plano de saúde. Essas pessoas devem começar a ser cadastradas nesta terça-feira. Os democratas, por sua vez, não querem mudanças no projeto de saúde.

Já houve outras paralisações como de agora?
Sim. A última aconteceu em 1995/1996, quando os serviços não essenciais foram paralisados uma semana antes do Natal, por 26 dias, durante o governo do também democrata Bill Clinton.

Quais as consequências para a economia?
A paralisação dos serviços pode impactar o crescimento econômico do país. Entre outras consequências, o governo pode ter mais dificuldade em vender títulos para se financiar, e acabar elevando as taxas de juros. Taxas mais altas atrapalham o crescimento da economia, pois tornam mais caro investir. Por outro lado, isso pode gerar consequências negativas para os demais países, pois juros mais altos nos EUA tenderão a atrair recursos e “esvaziar” de dólares o resto do mundo.

O que acontece agora?
Os serviços não essenciais devem permanecer paralisados até que o Congresso aprove um orçamento ou uma nova “resolução continuada” que forneça uma licença temporária para os gastos federais.

 

Fonte: G1

+ sobre o tema

O avanço dos mandatos coletivos

A cidade com o maior Índice de Desenvolvimento Humano...

Suplicy envia ofício a Alckmin e Haddad pedindo diálogo com manifestantes

Durante a sessão plenária desta quinta-feira (13),...

Pós-Obama, negros estão mais otimistas quanto ao futuro

Pesquisa divulgada ontem mostra também que a avaliação do...

para lembrar

Apenas 124 pessoas concentram 12,3% do PIB brasileiro, revela pesquisa

Silvio Santos está na lista dos 124 bilionários...

Subindo morro

Sob o título "Santander busca consumidores em favela",...

Entristece saber que Bolsonaro não está sozinho – por Leonardo Sakamoto

Bolsonaro é tosco? Sim, ele é. Mas não é...

PSDB e PT comemoram empate; Marina se compara com pororoca

Após Datafolha, Serra aposta em debates; presidente petista diz...

Fim da saída temporária apenas favorece facções

Relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Senado Federal aprovou projeto de lei que põe fim à saída temporária de presos em datas comemorativas. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA),...

Barack Obama elege seus filmes favoritos de 2023; veja lista

Tradicionalmente, o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, escolhe seus filmes, músicas e livros favoritos do ano. Nesta quarta-feira (27), Obama compartilhou em suas...

Morre o político Luiz Alberto, sem ver o PT priorizar o combate ao racismo

Morreu na manhã desta quarta (13) o ex-deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), 70. Ele teve um infarto. Passou mal na madrugada e chegou a ser...
-+=