Estudantes da UFMG cobram clareza na apuração de denúncias de fraudes no sistema de cotas

A UFMG apura pelo menos 34 casos de estudantes suspeitos de fraudar o sistema de cotas raciais na faculdade em 2017. Outras 25 denúncias foram entregues à universidade por estudantes da instituição, referentes a ingressos no primeiro semestre de 2018.

Divulgação/UFMG

No ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) requisitou a instauração de inquérito policial. Se as suspeitas forem confirmadas, fraudadores poderão ser enquadrados pelo crime de estelionato. Estudantes planejam ato para cobrar da instituição de ensino um posicionamento sobre o andamento das investigações.

Em julho do ano passado, o Hoje em Dia mostrou fraudes nos sistemas de cotas nas universidades brasileiras. O assunto ganhou nova repercussão em setembro, quando três alunos da medicina da UFMG foram denunciados pela utilização indevida da política pública. Em novembro, outra acusação de fraude na Pós-graduação de Comunicação foi feita.

Sob a alegação de sigilo, a universidade não deu parecer sobre os casos da graduação, mas uma comissão foi criada para apurar as suspeitas. Quanto à pós, o processo ainda é analisado, diz a instituição.

Validação

Thalita Rodrigues, representante da Comissão de Psicologia e Relações Étnico-Raciais do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), entende que uma resposta da universidade sobre o processo validaria a experiência dos estudantes que denunciaram as fraudes.

“Além disso, um retorno traria uma resposta, legitimaria o processo de cotas, que é sério e garantido pela legislação, como também afirmaria que fraudes não são aceitas pela universidade”, diz.

Segundo o presidente da União de Negros e Negras pela Igualdade (Unegro), Alexandre Braga, os alunos estão curiosos para saber como o processo caminha. “Faremos reunião na semana que vem para planejar ato público e, dessa maneira, pressionar para a divulgação de que pelo menos algo tem sido feito em relação aos nomes de 2017”, expôs.

O estudante de medicina Marcus Vinícius Ribeiro Cruz, de 18 anos, é um dos que cobra um posicionamento. “Nós não sabemos em que pé está a situação. A comunidade acadêmica fica incomodada por desconhecer o processo adotado”, desabafa.

Equiparação

Estudiosa das políticas públicas e doutora em educação, a professora Maria Auxiliadora Monteiro afirma que as cotas são importantes, principalmente por o Brasil ser “um país extremamente desigual”.

“Nós temos uma dívida social muito grande. As cotas são necessárias para tentarmos equiparar as injustiças, como também fomentar o acesso ao capital cultural”, acredita.

+ sobre o tema

Prouni: convocados da lista de espera devem entregar dados até sexta

O prazo para os pré-selecionados na lista de espera para...

Saiba como se cadastrar para o Pé-de-Meia Licenciaturas

Os estudantes de cursos de licenciatura na modalidade presencial,...

para lembrar

spot_imgspot_img

Inscrições abertas para cursos de mestrado e doutorado gratuitos da UnB

Estão abertas as inscrições para o processo seletivo da Universidade de Brasília (UnB), que visa preencher 33 vagas no mestrado e 40 no doutorado...

Prouni: convocados da lista de espera devem entregar dados até sexta

O prazo para os pré-selecionados na lista de espera para bolsas do Programa Universidade para Todos (Prouni) do primeiro semestre de 2025 entregarem os documentos para...

Fundo Baobá e B3 Social lançam nova edição de edital de bolsas no exterior para estudantes negros

O Baobá - Fundo para Equidade Racial, com apoio da B3 Social, lança a segunda edição do Programa Black STEM, iniciativa que concederá 3...
-+=