Taís Araújo apresenta, a partir do dia 11 — ao lado de Cauã Reymond —, o Globo de Ouro Palco Viva, programa que celebra os 100 anos do samba. “Sou do samba. Nunca esqueci quando desfilei na ala das crianças da Imperatriz Leopoldinense, num desfile em homenagem a Jorge Amado. Aquele samba do Arlindo Cruz foi marcante para mim”, diz ela, contando que o gosto pelo gênero vem de berço. “Minha mãe sempre foi foliã, é daquelas que ouvem sambas-enredo no carro todo dia. É ela quem leva meu filho à escola e dia desses ele soltou: ‘Vovó, não dá para trocar essas músicas?’”, diz, às gargalhadas.
Além de Vicente, de 5 anos, Taís e Lázaro Ramos são pais de Maria Antônia, de 1 ano. “Tem dias que quero ter mais filhos, mas tem dias que não. Mas vou acabar tendo, amamos criança, é uma delícia. Recentemente, achei que estivesse grávida, ficamos felicíssimos, mas foi alarme falso”, afirma. Símbolo da luta contra o preconceito desde que foi alvo de comentários racistas na internet, ela se posiciona sobre os casos de abuso contra a mulher. É muito difícil uma mulher que não passou por isso, e comigo não foi diferente. Uma cantada grosseira no meio da rua, para mim, já é assédio. Nossa cultura é muito machista. É preciso posicionamento firme de nós, mãe de meninos, ao educarmos nossos filhos, ficarmos alertas contra isso”, diz Taís, aque bateu um papo com a coluna:
Pensa em ter mais filhos?
Eu quero ter mais filhos, gosto de ser mãe, amamos criança, é uma delícia. Tem dias que acho que quero ter, tem dias que não. Ainda não sei, mas vou acabar tendo. O Lázaro também quer. Outro dia mesmo achei que estivesse grávida, ficamos felicíssimos, mas foi alarme falso.
Depois do que você passou, você virou uma representante da luta contra o preconceito. Como tem visto todos esses casos de violência contra a mulher?
Tem um único lado bom nisso, que é o de discutir essas questões, trazer esses temas para a roda. Isso sempre aconteceu, mas ficava ali embaixo do tapete. Quando a gente vê as atrizes americanas, as estrelas lá de fora contando suas histórias de abuso em programas como o da Oprah, a gente pensa: “Nossa, como isso acontece muito lá fora, nos Estados Unidos, lá longe”. Mas também acontece aqui o tempo inteiro, é que ninguém fala. Acontece diariamente. É muito importante que se debata isso.
Você já sofreu assédio?
É muito difícil uma mulher que não tenha passado por isso, que não tenha sofrido assédio. E comigo não foi diferente. Uma cantada grosseira no meio da rua, por exemplo, para mim já é um assédio. Nossa cultura é muito machista, toda mãe manda a menina que está de minissaia fechar a perna, mas ninguém manda o menino não olhar. É preciso ter um posicionamento firme de nós, mãe de meninos, ao educarmos nossos filhos, e ficarmos sempre alerta.
Como a cidadã Taís Araújo está vendo esse caos político no país?
Parece uma novela. Está tudo caótico, a sensação que dá é de que estamos em uma areia movediça mesmo. Fico muito tensa em ter de esperar dois anos para que tudo aco ‘faraós serão derrubados’. Estamos vendo isso acontecer, faraós estão sendo derrubados, coisa que a gente nunca imaginou. Mas não adianta só expor, é preciso ter punição, porque eles não têm vergonha.