“Eu nunca tinha tocado na minha cabeça. Me ver sem cabelo e me olhar sem aquilo tudo foi um processo de reencontro”, confessa a ex-Rouge Alice Wirley em um grito de liberdade sobre a fase que está vivendo, há três meses, livre dos apliques e cabelão. Ela conta que decidiu, depois de 2 anos e 9 meses de maternidade, voltar a cantar e quis mudar radicalmente o visual para mergulhar em sua essência. “Estou me sentindo muito empoderada. Encontrei a força dentro de mim no sentido de me encontrar com minha feminilidade. É claro que eu sou uma mulher muito vaidosa, mas precisava encontrar minha força interna. É tão simbólico, tão forte para mim. Fui obrigada a me aceitar neste momento e me olhar como uma mulher negra, linda, independentemente do meu cabelo e do que as pessoas acham”, diz.
Segundo ela, o processo de ficar careca veio de uma vontade imensa de encontrar sua identidade. “Sempre achei que meu cabelo não era bonito. Usei aplique a minha vida inteira e ele foi ficando cada vez pior. É um processo muito íntimo. Não percebi que no meio do caminho eu não me via mais. Hoje me olho no espelho nua e crua e estou me sentindo muito bonita”, explica.
Apoio familiar
O marido Igor Rickli aprovou e deu muita força na hora da mudança. “Ele me ajudou a tirar todo o cabelo. Ele é um maridão, uma pessoa que está junto e entende o momento. Ele me amou muito e me deu todo o suporte. Disse que se era isso que eu queria, me amava de qualquer jeito”, revela.
Com uma risada contagiante, ela pede uns minutos durante a entrevista para fazer o filho Antônio, de 2 anos e 9 meses, carinhosamente apelidado de Caramelo, dormir. Na volta, conta como ele se comportou ao ver a mãe sem cabelo.“Caramelo olhou para mim como se sempre tivesse me visto desse jeito. Ele é tão legal…”, derrete-se. Praticidade é a a palavra de ordem na hora de cuidar da careca. “Lavo a cabeça toda hora. Uma liberdade incrível. Passo o que tem no banheiro”, fala.
Novo CD
A necessidade da mudança radical veio com seu novo álbum, que marca a volta da maternidade e o primeiro trabalho autoral. “Precisei fazer um estudo em mim, me conhecer, me instigar. Fiz uma imersão criativa muito profunda durante seis meses, não sabia onde eu ia chegar. Quando comecei a desenvolver esse trabalho ao longo do ano, queria fazer um show, voltar aos palcos. Mas vieram as questões: ‘o que vou cantar? o que eu quero falar?’. Lancei o single Quero Parar Mas Não Consigo e estou trabalhando para o CD Indômita. Fiz escolhas de timbres, sonoridades e trabalhei com o Ícaro Silva, Zé Azul, Danilo Timme meu marido. O nome do CD veio de uma vontade indomável, incontrolável. A música Indômita fala sobre o instinto selvagem da mulher”, diz.
Filho
Antônio faz três anos em setembro e Aline conta que o menino está muito independente. “Ele escolhe roupa, é muito vaidoso. Ama super-herói e Mickey. Não gosta de lavar cabelo e já está mostrando que tem personalidade muito forte. É muito amoroso, engraçado e cantor. Acho ele muito parecido com o pai dele, fisicamente e no temperamento”, diz. Por enquanto, aumentar a família, não está nos planos do casal. “Irmãozinho agora não. Antônio está em uma fase muito incrível e quero muito focar minha energia nele. Mais tarde, a gente pensa em adotar, quer uma menina”, conta.