Fariña diz que quer receber o prêmio da UE pessoalmente

HAVANA – O opositor cubano Guillermo Fariñas disse que espera viajar em dezembro para receber pessoalmente o Prêmio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, concedido pelo Parlamento Europeu, sem descartar fazer uma nova greve de fome caso o governo impeça sua saída. 

“Quero recebê-lo. Veremos se me deixam fazê-lo”, expôs o dissidente, referindo-se a uma possível proibição de saída do país da parte das autoridades cubanas. A nomeação do jornalista e psicólogo para a distinção foi anunciada nesta quinta-feira (21).

Consultado pela ANSA se estaria disposto a declarar um novo jejum frente a uma negativa à viagem, Fariñas reiterou seu desejo de viajar. “Primeiro veremos o que diz o governo” antes de tomar uma decisão sobre eventuais medidas a serem adotadas. 

Em declarações feitas por telefone de sua casa em Santa Clara, o opositor, de 48 anos, afirmou que ainda não está bem de saúde, a qual foi muito afetada durante os 135 dias de greve de fome entre fevereiro e julho. “Tenho ainda a barriga inflamada”, expôs ele. 

O cubano disse que recebeu a notícia da outorga do prêmio em sua casa. “Acredito que é um reconhecimento àqueles que são rebeldes e é uma mensagem clara ao governo de que libertar alguns presos não é suficiente”, assinalou. 

Fariñas abandonou seu protesto quando as autoridades da ilha anunciaram, por intermédio da Igreja Católica, a libertação de 52 presos que a oposição considera políticos e que foram julgados e condenados em 2003 por crimes de “mercenarismo a favor dos Estados Unidos”. 

Ele disse não saber se a entrega da distinção tem relação com a discussão da União Europeia (UE) sobre a manutenção da Posição Comum em relação a Cuba, que condiciona as relações bilaterais ao respeito aos direitos humanos. “Mas espero que ratifiquem essa posição”, declarou. 

“Este [prêmio] significa que os governos democráticos e civilizados em qualquer parte do mundo, neste caso os europeus, mantêm o olho fixo na situação de Cuba”, comentou Fariñas. “Ainda estão insatisfeitos”, acrescentou. 

O presidente do Parlamento Europeu, o polonês Jerzy Buzek, disse em Estrasburgo hoje que quer “entregar em pessoa” o prêmio ao cubano e pediu que as integrantes do grupo opositor Damas de Branco “o acompanhem”.

Fonte: DCI

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