Fórum vai apontar estratégias para superar racismo institucional no SUS

Evento conta com a participação de gestores e dirigentes da saúde pública nos estados, municípios e do Governo Federal

Teve início ontem (03) pela manhã o Fórum “Enfrentando o racismo institucional para promover saúde integral da população negra no SUS”, promovido pela Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), em parceria com o Ministério da Saúde. Na mesa de abertura, a ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, ressaltou a importância do evento acontecer neste momento de discussão e elaboração do segundo plano operativo da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.

A ministra abordou também a dificuldade em implementar a política e mudar os indicadores sociais que demonstram desigualdades no acesso pleno à saúde, prejudicando a população negra. Ela pediu ajuda aos participantes para desvendar os obstáculos e suas causas: “O que me deixa impressionada é a qualidade dos profissionais que fomos capazes de mobilizar ao longo dos anos em relação a essa política e sempre me surpreende o fato de que poderíamos ter caminhado mais. É como se não estivéssemos aqui, juntando nossos talentos e esforços, e descobrir o fato de que a população negra morre mais cedo e não consegue efetivamente ser um fator de mobilização nessas esferas onde a política precisa ser implementada para que os indicadores possam efetivamente mudar”, completou.

A representante da Secretaria de Direitos Humanos, Deise Benedito, ressaltou a importância da integralidade da saúde em direitos humanos, afirmado que o acesso à saúde atualmente é um privilégio. “Acredito que essa iniciativa é importante para discutir como funciona o racismo institucional, como um médico que não se permite tocar num paciente, ou enfermeiros que se recusam a dar o tratamento necessário porque desconsidera um paciente como pessoa. Como ativistas dos direitos humanos, temos o compromisso de primar pelos direitos de todos, o que demanda a necessidade da transversalidade e acesso igualitário à saúde”, disse.

A necessidade de atentar para as diferenças raciais, de gênero e regionais, escondidas sob os grandes números das políticas universalistas que colocaram o Brasil como um exemplo global em desenvolvimento social, foi lembrada pelo Coordenador Residente da Organização das Nações Unidades, Jorge Chediek.

Também compuseram a mesa de abertura os representantes do Ministério da Saúde, Sr. Dário Pasche, da Secretaria de Atenção à Saúde, e Sr. Dirceu Greco, do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde esteve presente o Secretário Executivo, Jurandir Frutuoso.

Leia mais sobre o Fórum “Enfrentando o racismo institucional para promover saúde integral da população negra no SUS”: Governo e sociedade pensam ações para efetivar política de saúde da população negra

Fonte: SEPPIR

+ sobre o tema

Outubro Rosa para todas, acesso desigual entre mulheres negras e brancas aos exames de mama.

Por Emanuelle Goes* Outubro Rosa, mês de mobilização...

Gays são agredidos no centro de São Paulo

Dois gays, de 35 e 23 anos, foram agredidos...

Carta de Brasilia: Compromisso com o processo de construção da marcha das mulheres negras brasileiras

Nós, mulheres negras brasileiras pertencentes a diversas organizações...

para lembrar

Evento contra o racismo e a intolerância religiosa terá início nesta quinta

A Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) promove,...

Prêmio Dr. Benedicto Galvão

Convidamos a todas e todos para o evento de...

INCRIÇÕES PRORROGADAS até 30 nov – EDITAIS PALMARES 25 ANOS

  Foram prorrogadas até 30 de novembro de 2013, as inscrições...

A Cor da Fé e a intolerância contra religiões africanas.

Por Guilherme Lemos Relações estreitas entre intolerância, raça e religiões africanas Quando...
spot_imgspot_img

João Cândido e o silêncio da escola

João Cândido, o Almirante Negro, é um herói brasileiro. Nasceu no dia 24 de junho de 1880, Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul....

Levantamento mostra que menos de 10% dos monumentos no Rio retratam pessoas negras

A escravidão foi abolida há 135 anos, mas seus efeitos ainda podem ser notados em um simples passeio pela cidade. Ajudam a explicar, por...

Racismo ainda marca vida de brasileiros

Uma mãe é questionada por uma criança por ser branca e ter um filho negro. Por conta da cor da pele, um homem foi...
-+=