Fotógrafo é vítima de provocação racista de argentino no Rio

Em seguida, os argentinos se desculparam pela “brincadeira” e, segundo Carlos, chegaram a se ajoelhar para pedir perdão

Um fotógrafo carioca usou seu perfil no Facebook, neste sábado, para denunciar um torcedor argentino ao vê-lo fazer “gestos de macaco”, perto do Terreirão do Samba, no Centro do Rio de Janeiro. Segundo Carlos Junior, de 46 anos, ele estava trabalhando dentro do espaço, fazendo cliques de um grupo de “hermanos”, quando um deles fez a provocação racista.

– O caso aconteceu por volta das 11 horas. Eu estava registrando, para uma revista americana, os torcedores argentinos acampados e, quando mirei a câmera nesse grupo, o cara começou a fazer gestos de macaco para mim. Os outros ficaram rindo – contou Carlos, que acrescentou: – Imediatamente, eu comecei a fazer fotos da ação deles.

Ao ser provocado, Carlos conta que se aproximou do grupo e explicou a eles que, no Brasil, aquela conduta era considerada crime de racismo. Em resposta, os “hermanos” explicaram que estavam apenas fazendo uma brincadeira comum dos argentinos com os brasileiros. Depois disso, o fotógrafo comunicou o incidente a um guarda municipal que estava no local.

– Ele não tinha visto a cena, mas mostrei minhas fotos para ele. O guarda se aproximou do grupo e pediu para eles se comportarem e que não fizessem mais aquilo.

Em seguida, os argentinos se desculparam pela “brincadeira” e, segundo Carlos, chegaram a se ajoelhar para pedir perdão.

3fefb08332c3d6ef563770141fa8c8fe

– Depois das desculpas, eu relevei a situação e continuei a fazer o meu trabalho – explicou o brasileiro, que acrescentou no Facebook: “A foto fala mais que mil palavras. Enfim, ele (o argentino que fez a provocação racista), depois, pediu perdão, mas isso não é o caso. Eles estão aqui em solo brasileiro, não respeitam o nosso trabalho e debocham o tempo todo. Não são todos, é a minoria”.

Carlos preferiu não fazer um registro de ocorrência sobre o caso.

 

Fonte: Surgiu 

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...