Frente considera programa de cotas paulista ‘preconceituoso e equivocado’

Manifesto destaca que “medidas como as apresentadas agora não só expõem a face racial da elite paulista, mas também evidenciam o descompasso entre o governo estadual e os movimentos sociais organizados”

Por: Jorge Américo e José Francisco Neto

A Frente Pró-Cotas, formada por dezenas de organizações sociais, divulgou manifesto em repúdio ao Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp), lançado nesta quinta-feira (20) pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). O programa tucano deverá começar a ser implantado a partir de 2014, caso as universidades concordem com a proposta. 

O projeto de Alckmin pretende reservar 50% das vagas a estudantes de escolas públicas que passarem por uma etapa intermediária. Das vagas reservadas, 35% podem ser destinadas a negros, pardos e indígenas.

Somente aqueles que tiverem aproveitamento de 70%, ao término de dois anos de estudo, poderão ingressar nas universidades estaduais (USP, Unesp e Unicamp) ou na Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec).

No entanto, essa etapa intermediária é criticada pelos movimentos que compõem a Frente Pró-Cotas. Eles entendem que essa proposta do governo paulista retoma a ideia “de que estudantes cotistas podem diminuir a qualidade das universidades”. E que essa forma é “preconceituosa e equivocada”.

“Vários estudos apontam que a adoção de cotas raciais diretas e imediatas é o único meio capaz de mudar o perfil monocromático e elitista das universidades públicas em curto e médio prazo. Medidas como as apresentadas agora não só expõem a face racial da elite paulista, mas também evidenciam o descompasso entre o governo estadual e os movimentos sociais organizados”, diz trecho do manifesto.

Em 2006, pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) constatou que a média dos cotistas foi semelhante ou maior que a dos demais estudantes em 34 de 56 cursos.

 

 

Fonte: Brasil de Fato

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