Garcilaso será julgado por racismo contra Tinga sem apresentar defesa

Time peruano tinha até a última segunda para se defender junto à Conmebol, mas preferiu não se manifestar sobre o caso

O Real Garcilaso não enviou justificativa ou defesa à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) sobre os atos racistas de sua torcida contra o volante Tinga, do Cruzeiro, e, por isso, está sujeito a sofrer severas penas no tribunal da entidade que regular o futebol na América do Sul.

O time peruano tinha até a última segunda-feira, 24 de fevereiro, para enviar sua defesa sobre o “caso Tinga”, no entanto, perdeu o prazo para tal. A informação foi divulgada na tarde desta sexta-feira no perfil oficial da Copa Libertadores no Twitter.

A Conmebol não informa prazo para divulgar uma possível punição aos peruanos do Real Garcilaso.

Julgamento

 Apesar da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) não ter fama de organizada e, ainda, de não levar “ao pé da letra” o regulamento das competições, caso a entidade cumpra o que está estabelecido nas normas da Copa Libertadores, o Real Garcilaso pode até ser desclassificado do maior torneio interclubes das Américas.

O artigo 12 do Regulamento Disciplinar da Conmebol, em sua totalidade, prevê sanções e penas para quem pratica ou comunga com práticas racistas. No primeiro parágrafo consta: “Qualquer pessoa que insulta ou atenta contra a dignidade humana de outra pessoa ou grupo de pessoas, por qualquer meio, em razão da cor, raça, etnia, língua, credo ou origem será suspenso por um período mínimo de cinco jogos ou por um período tempo específico”.

Como o caso não partiu de jogadores do Real Garcilaso e, sim, dos torcedores, cabe a Conmebol colocar em prática o previsto no parágrafo segundo do documento oficial: “Qualquer associação, membro ou clube cujos torcedores realizem qualquer tipo de discriminação será sancionado com uma multa de ao menos US$ 3 mil (R$ 7.247 na cotação atual do dólar americano)”.

As normas e punições previstas no terceiro parágrafo do artigo 12 são ainda mais severas.

“Jogar um ou mais jogos de portões fechados, a proibição de jogar uma partida em um estádio determinado (pela organização do torneio), concessão da vitória do encontro pelos resultado que se considere, a perda de pontos e a desclassificação da competição”.

A Conmebol, como primeiro ato da entidade, prometeu investigar o caso e pediu calma aos torcedores do Cruzeiro. Várias personalidades políticas, do esporte e de várias áreas da sociedade manifestaram apoio ao time celeste e, principalmente, ao volante Tinga. O assunto tomou conta do noticiário esportivo brasileiro e ganhou espaço em publicações fora do país, muito pelas redes sociais.

 

 

Fonte: O Tempo

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