Geledés promove curso sobre direitos humanos, gênero, raça e política

Artigo produzido por Redação de Geledés

Geledés está com inscrições abertas, até 14 de maio, para o curso “Direitos humanos, gênero, raça e política” voltado exclusivamente para mulher negras, periféricas, cis e trans com o intuito de capacitá-las para identificar, analisar e compreender como as limitações e os desafios do racismo estrutural e a estrutura patriarcal de poder impedem o exercício da plena democracia no Brasil.

Serão 30 vagas presenciais e 100 vagas para participação virtual, todas destinadas para mulheres negras. Ao todo teremos 11 encontros realizados de forma híbrida entre maio e julho, cada um com carga horária de duas horas, sempre às quartas-feiras, das 19h às 21h. Para receber o certificado, as participantes devem ter presença em 70% das aulas.

A aula inaugural “O legado da escravidão sobre a democracia existente no Brasil” será ministrada pela filósofa Sueli Carneiro, uma das fundadoras de Geledés, no dia 17 de maio.

Ao longo do curso, serão abordados também temas como cisgeneridade, relações de poder, a mulher negra no espaço político, entre outros de relevância para a discussão sobre como ampliar a mobilização para defesa da democracia no país a partir de corpos sistematicamente excluídos do projeto de cidadania moderno.

Para se inscrever, é necessário preencher o formulário online com informações como nome, idade, profissão, autodeclaração racial de acordo com as categorias do IBGE, identificação de gênero.

Confira a grade e ementa do curso completo abaixo.

Aula inaugural – Sueli Carneiro: O legado da escravidão sobre a democracia existente no Brasil

Ementa: Fomos um dos últimos países a abolir a escravidão e durante o centenário da abolição, presidente José Sarnei falou em rede nacional que o país era harmonioso e a convivência dos brasileiros era fraterna, com isso, era difícil acreditar ter havido escravidão. De que forma esse  legado impacta a democracia no Brasil.

Raça, Racismo e Dominação na Democracia 

Ementa: Vivemos processo histórico de marginalização do povo negro desde o pós-abolição, sem medidas de reparação e de inclusão que permitissem à população negra condições dignas de vida. De que forma raça, racismo naturalizados e institucionalizados no Brasil com base em especificidades fortemente ligadas à dinâmica da sociedade brasileira, são utilizados como instrumento de dominação na democracia.

Relações de poder e a construção da subalternidade de raça e gênero

Ementa:  Liberdade não é apenas a não presença da repressão ou da força física, ou força econômica. A liberdade é na verdade o domínio da ação política e a possibilidade de participação social ou de se abdicar desses direitos. Por isso, vamos falar sobre como as ainda presenciamos a rejeição radical do negro e de diferentes corpo em espaços de poder. 

Esta aula tem por objetivo pensar a forma como as relações de poder produzem e reproduzem as hierarquias e a subalternidade de raça e gênero no país.

Cisgeneridade 

Ementa: Como a cisgeneridade  pode inviabilizar e impactar relações de afeto, trabalho e justiça, eliminando as subjetividades de diferentes corpos na sociedade, aprofundando desigualdades e não reconhecendo o outro como sujeito de direitos.

Promoção da equidade de raça e gênero

Ementa: Esperança no futuro com pluralismo, igualdade de oportunidade, que todos possam crescer e se manifestar , uma sociedade fraterna, sem preconceito, uma sociedade com os mesmos princípios da constituinte de 88.

O ativismo de negras e negros em defesa de direitos

Ementa: Apresentar os instrumentos de participação e articulação dos movimentos negros na construção de politicas públicas do pais, observando as dinâmicas e técnicas de incidência dos Movimentos negros.

Comunicação e Mobilização (Tema debatido em duas aulas)

Ementa: O objetivo dessa aula é trabalhar as diferentes dimensões da comunicação online e offline e como os desdobramentos de uma comunicação assertiva, podem direcionar a o alcance da candidata em grupos específicos, resultando na visibilidade de seus projetos políticos. Este curso pretende aprofundar os conhecimentos e traçar estratégicas da comunicação e mobilização,  a partir de experiências de êxito no Brasil e na América Latina.

A mulher negra no espaço político – Violência política de gênero 

Ementa: O objetivo desta aula é abordar a história da mulher negra na política brasileira, trazendo elementos para compreensão dos caminhos teórico-políticos do movimento de mulheres negras em nosso país. Principais temáticas, principais bandeiras de luta, formas de organização no legislativo e a violência política. 

Inovação política

Ementa: Como campanhas ativistas, mandatos e campanhas eleitorais mudaram a linha de atuação nos últimos anos e viabilizaram a presença de ativistas, periféricas e de mulheres na política. As articulações nas eleições de 2022.

Qual modelo de sistema político queremos?

Ementa: A proposta é amarrar os temas anteriores a partir de discussão sobre os desafios para a democratização do sistema político. Abordar a necessidade de modificação das estruturas institucionais, por meio de ações afirmativas, capacitação de agentes públicos, fortalecimento dos mecanismos de participação popular etc.

Regime jurídico internacional de combate à discriminação racial e luta por reparação 

Ementa: O objetivo desta aula é abordar os principais aspectos do regime jurídico internacional de combate à discriminação racial, com destaque para o sistema ONU e para o sistema interamericano. No que tange ao sistema ONU, sugere-se ao (à) palestrante um resgate dos principais debates ocorridos durante as Conferências Mundiais sobre Racismo, com enfoque na luta por reparação.

Também se sugere a abordagem de casos emblemáticos de discriminação racial que tenham tramitado no sistema interamericano e no sistema onusiano e seus impactos para a luta por igualdade racial no Brasil. A Década Internacional dos Afrodescendentes.

+ sobre o tema

Quilombolas do Rio Grande do Sul pedem socorro para receber alimentos

“Os alimentos não estão chegando às comunidades quilombolas. Estamos...

#GeledésnoDebate: “Não houve respaldo legal para a esterilização de Janaína”

#SomostodasJanaína# Por Kátia Mello Janaína Aparecida Quirino, 36 anos, moradora em...

para lembrar

Em 2022, vamos todos “novembrar” !

Estamos em dezembro, bem próximo às festas de final...

8 de março: os desafios por justiça racial e de gênero

Ao refletirmos sobre a situação das mulheres negras na...

“Feito com amor, dedicação e o talento de várias pessoas”, diz Lázaro Ramos sobre documentário Bando, Um Filme De:, que dirigiu

“Feito com amor, dedicação e o talento de várias pessoas”, diz Lázaro Ramos sobre documentário Bando, Um Filme De: Lázaro Ramos, em parceria com Thiago...

Geledés participa de audiência sobre Educação das meninas e mulheres negras na Câmara dos Deputados

Geledés – Instituto da Mulher Negra participou, nesta quinta-feira 21, de audiência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, em Brasília, da qual...

O extermínio do nosso futuro

Em 1974, durante a ditadura militar, na operação denominada Camanducaia, policiais militares espancaram e torturaram 93 crianças e adolescentes entre 11 e 17 anos...
-+=