Gordofobia não é “mimimi”, é preconceito institucionalizado, diz pesquisadora

À CNN Rádio, Agnes Arruda explicou que a gordofobia causa segregação em toda forma de socialização, como familiar e escolar

A gordofobia é um termo relativamente novo, mas que sempre esteve presente na vida da pesquisadora, ativista e jornalista Agnes Arruda.

Em entrevista à CNN Rádio, no quadro CNN No Plural, ela relatou que sofreu com o preconceito, mas demorou a entender que o pré-julgamento contra pessoas gordas estava enraizado na sociedade.

“A gordofobia é um preconceito contra pessoas gordas geralmente associado à questão estética, mas é mais profundo do que isso. Ela retroage em vários ambientes, segregando do convívio social, familiar, mercado de trabalho, limitando a vida da pessoa.”

Segundo ela, a sociedade impõe o “apagamento e silenciamento dessas pessoas, que é muito violento e causa dor e sofrimento.”

Agnes reforçou que a gordofobia “não é mimimi”, não é um caso de pessoas que “são preguiçosas e não fazem dieta”: “conforme vivemos em sociedade, percebemos que há mecanismos que reforçam o preconceito, como a linguagem.”

O preconceito é institucionalizado, faz parte da socialização, na família, escola, igreja, Estado e até a mídia.

Agnes Arruda

A pesquisadora destaca que tratar o termo “gordo” como pejorativo é um problema. “Isso é uma característica física, negá-la usando palavras como ‘forte’, ‘fofinho’, ‘cheio’, ‘cheinho’, carrega estereótipos.”

Agnes também acredita que informação sobre o tema é importante. “Tem pessoas que nunca se deram conta de que algo como isso existe e acontece, é muito importante saber que existe outra perspectiva, inclusive no que diz respeito à saúde, uma pessoa gorda pode ser atlética.”

“Mulheres são mais afetadas por esse preconceito, e se cada vez mais cedo as meninas tiverem contato de forma educativa sobre o tema, elas vão pensar mais antes de cometer uma violência, isso vai ajudar na formação.”

+ sobre o tema

Por que dizer ‘não’ ao Estatuto da Família

Manifesto pela liberdade de escolha e diversidade dos formatos...

Especialista do HC vê eugenia em fala de Bolsonaro sobre pandemia

Arnaldo Lichtenstein, médico diretor técnico de clínicas do Hospital...

Não silencio sobre direitos e cidadania para não ser cúmplice

Por: FÁTIMA OLIVEIRA Sobrevivesse ou não, deveria "entrar na Justiça" O...

Racismo pouco é bobagem: o desfile de Ronaldo Fraga e a defesa do indefensável

Texto de Jeanne Callegari.     Das horas em que dá vontade...

para lembrar

Ser diva não tem a ver com o tamanho da sua cintura

Quando jogamos “divas” na busca de imagens do google,...

É o extremismo de direita que motiva ataques a Vini Jr.

Erra quem atribui ao comportamento de manada típico dos torcedores em arenas a escalada de violência racial contra Vinicius Junior nos estádios de Espanha. Erra quem defende...

Vini traz a tona a realidade cotidiana, estrutural e excludente da sociedade espanhola

Não é a primeira vez que jogadores negros sofrem esse tipo de racismo como aconteceu com Vinícius júnior,  o ex jogador Samuel Eto' de...

Cidades expulsam terreiros por não conseguirem conviver com outros modos de vida, diz liderança

Um relatório da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) de 2022  revelou que quase 99% dos das lideranças religiosas entrevistadas já sofreram...
-+=