Graciliana Selestino Wakanã, do povo Xucuru Kariri, fala sobre Bem Viver, a situação das mulheres indígenas no Nordeste do Brasil, e nos conta um pouco de sua trajetória de luta. Por Carmen Silva e Paula de Andrade.
Por Carmen Silva e Paula de Andrade
“O que a gente quer é Viver Bem” – Entrevista com Graciliana Selestino Wakanã
Em outubro, durante os Diálogos Interculturais sobre o Bem Viver no Brasil,1 entrevistamos Graciliana Selestino Wakanã, uma das referências da trajetória do povo Xucuru Kariri, do município de Palmeira dos Índios, no Estado de Alagoas.
Os Diálogos nasceram do desejo de trazer à tona as convergências e diferenças entre os modos de pensar e de viver das mulheres indígenas e das não indígenas no Brasil. O propósito era perceber o que nos unia e aproximava, e o que era diferente e precisava ser respeitado e dialogado, em meio a reflexões que nos ajudassem a ponderar sobre o que poderíamos fazer juntas, sabendo-se que, separadas, já fazemos muitas coisas.
Que mundo queremos para viver? Como pensamos que pode ser feita sua transformação? Como desejamos a relação entre mulheres, entre mulheres e homens, entre seres humanos e natureza, as relações nas comunidades e no Estado etc. Participaram 16 indígenas: algumas “cacicas”,2 outras vice-“cacicas”, integrantes de diversas organizações,3 além de várias que se destacaram na luta pela regularização de territórios indígenas. Entre todas, lá estava Graciliana, hoje com 37 anos, que já integra o Comitê Intertribal de Mulheres Indígenas/Nordeste (Coimi/NE) e, em meio aos Diálogos Interculturais, refletiu sobre a participação política das mulheres indígenas, os conflitos e os desafios que enfrentam nas relações dentro e fora da aldeia.
Fonte: SOScorpo