Harvard: o dia do Colloquium – Por Jaqueline Lima Santos

 

 


“pensei muito se compartilhava essa história ou não, mas quando converso com minhas amigas percebo que essa vivência não é só minha. O fato de eu ter escrito, ainda em julho de 2012, quando retornei de viagem, a torna útil para muitas coisas. Talvez possa inspirar ou dar forças para pessoas. Mas que fique claro, embora eu esteja lendo a mim mesma neste processo, ela não é só minha”.

Enviado por Jaqueline Lima Santos 

 

Foi na sala Thompson, localizada no Barker Center, Quincy Street, Cambridge, em 4 de abril de 2012. Esse lugar e esta data marcaram a minha história. Marcaram porque foram palco de um acontecimento que possibilita reflexões para além da minha própria trajetória, mas que serve para pensar os desafios, os medos, a coragem, em outras palavras, como a resiliência se coloca na vida de mulheres negras. No meu caso, uma jovem, mulher e negra.

De forma mais precisa, este local é a Universidade de Harvard, e este foi o dia em que eu fui a personagem principal de um Colloquium, cujo o título era “Hiphop and the Reconfiguration of Blackness in Sao Paulo: The Influence of African American Political and Musical Movements in the 20th Century”, em português “O Hiphop e a reconfiguração da negritude em São Paulo: A influência dos movimentos musicais e políticos afro-americanos do século XX”.

Como se trata de Hiphop, não posso deixar de relatar meu percurso neste movimento, o que me possibilitou trilhar o caminho que me levaria ao lugar de “research scholar”, ou seja, pesquisadora, no W.E.B. Du Bois Institute – Harvard University (hoje Hutchins Center).

Quando iniciei minha militância no Hiphop, em 1998, eu falava e escutava a todo momento as seguintes sentenças: “Tem que ter consciência”, “Tem que ter atitude”, “Respeito é o que há”, e elas funcionavam como doutrinadoras no nosso meio, onde era feio ser “alienada(o)”, “fechar com o sistema”, “não conhecer a história” (diga-se história negra), e reproduzir o “senso comum”. Podemos dizer que essas ideias, junto com o que elas nos faziam buscar, moldou o comportamento de uma geração de jovens.

Para ser respeitada(o) eu tinha de 1) ter consciência: entender o mundo que eu vivo criticamente e refletir sobre os meus atos; e 2) ter atitude: se posicionar, se mover, não ficar parada(o), e transformar alguma coisa ao meu redor. “Consciência” e “atitude”, atributos necessários para qualquer Hiphopper, construíram e moldaram projetos de vida, mesmo sendo exigências grandes para jovens que vivem em bairros de periferia onde o acesso à informação era precário, e todos os tipos de violência estão presentes. No entanto, foram desafiada(o)s pelo Hiphop.

Essas exigências se cruzavam com a prática dos elementos do Hiphop. No meu caso, como era MC, a rima tinha que ter mais que flow, a ideia era fundamental. Para ter ideia para trocar eu tinha que debater, ler e sistematizar. Para poder cruzar as rimas quatro por quatro eu aprendi a usar o dicionário, e na pesquisa das informações necessárias, eu aperreava meus professores com perguntas. Lembro-me da professora de Geografia ralando para me explicar a relação dos países considerados “subdesenvolvidos” com o “Fundo Monetário Internacional”, e do trabalho que dei para o professor de matemática só porque eu gostaria de fazer um cálculo sobre os gastos com educação no Brasil.

O Hiphop me ensinou a lutar pela justiça e possibilitou vivências únicas na minha vida. Foi organizada com as minas e os manos que tive o primeiro contato com um assentamento do MST, e entendi o que era latifúndio e reforma agrária. Eu me senti dona de mim quando vi a possibilidade de confrontar o mundo que eu vivo. Também, por meio das letras de Rap, podemos contar a história da população negra e da imigração nordestina no Brasil, porque a ideia de consciência nos fez buscar informações para entender estes processos.

No início da minha adolescência eu me descobri por meio das letras de RAP, rolava uma identificação de cor, classe, gênero, geracional, musical, entre tantas outras. Foi através do RAP que eu comecei a ver-me como sujeito da minha própria história, e a ter sonhos inacabáveis. As músicas falavam dos problemas sociais, das contradições, e alimentavam meu espírito revolucionário, eu queria sempre mais, às vezes não sabia o que, mas eu desejava abraçar o mundo e fazer a diferença.

Era como se eu tivesse me encontrado no mundo, aos 12 anos o RAP revelou quem eu era. Eu passava horas transcrevendo músicas que tinham 8, 10, e até 12 minutos, versos que não se repetiam, e que alimentavam a minha alma, era incrível, talvez um sentimento que até hoje eu não saiba descrever. Com o tempo passei a escrever minhas próprias letras. Eu tinha uma professora de português que ficava admirada, e pedia para eu cantar minhas composições para ela. Eu sempre tinha vergonha. Talvez o que tenha a deixado admirada seja o fato de que foi através do RAP que eu desenvolvi a minha escrita, seja transcrevendo as minhas músicas favoritas, seja escrevendo as minhas próprias. Por meio do RAP, eu comecei a construir minhas narrativas, desenvolver o senso crítico, e expressar a minha identidade. No decorrer deste processo, percebi que aquelas letras eram textos que falavam de assuntos diversos, e o que eu escrevia, tendo o RAP como método, também eram textos.

            A minha primeira música de RAP dizia o seguinte:

“Se liga estou chegando,

estou revolucionando, e aos poucos conquistando,

não deixo brecha, não abaixo a minha cabeça quando uma porta se fecha,

respeito eu quero ganhar, e jamais perder,

SOU UMA MULHER E PRECISO VENCER”.

 

 A minha percepção enquanto mulher, jovem e negra se deu no Hiphop. Foi nele que aprendi sobre Luiza Mahin, Aqualtune, Anastácia, Cleópatra, e tantas outras. Apesar das contradições, e do Hiphop expressar o sexismo presente em nossa sociedade, haviam várias organizações de mulheres dentro do mesmo, como o M.I.N.A. A primeira sistematização que eu fiz, como mulher negra, foi o fanzine “Encrenca Feminina”.

O empoderamente, por meio do Hiphop, era tamanho, o que me possibilitou entrar na universidade aos 17 anos. Sei, também, que todo o esforço da minha família faz parte disso. E foi na passagem para a universidade que eu passei a entender a mais problemática face do racismo brasileiro, seu aspecto estruturante.

Nos meus primeiros dias em Campinas, cidade em que eu fui estudar, durante o horário do almoço no pensionato em que eu morava, a campainha tocou. Ao atender, escutei a seguinte frase: “A patroa está?”. Indignada, respirei e respondi: “Não, senhor. Eu sou moradora”. Fatos como esse se repetiram no ambiente da universidade, onde, em muitos momentos, não era reconhecida como estudante. Esta realidade me fez olhar para acontecimentos do passado como, apesar de marcantes, pequenos. As piadas com o cabelo, a rejeição da professora, ou o medo da festa junina, onde os meninos se negavam a erguer a mão para as meninas negras, são memórias doloridas, mas que, no entanto, expressam muito pouco do que temos que enfrentar quando resolvemos ultrapassar o “lugar do negro” socialmente estabelecido.

O próximo passo foi o mestrado, que realizei na cidade de Marília. Este foi também um momento de me estabelecer profissionalmente, processo no qual enfrentei diferentes situações de racismo. No entanto eu prossegui, havia um sonho maior. Eram tantos sim dentro de mim, e tantos não no mundo.

No final de 2009, quando comecei a desenhar a estrutura da minha dissertação de mestrado, decidi fazer uma busca de bibliografias internacionais sobre o Hiphop e me deparei com uma página  que descrevia o projeto “The Hiphop Archive” (Arquivo de Hiphop), hospedada dentro do WEB Du Bois Institute for African and African American Research – Harvard University.

Este Instituto, no qual se desenvolve o projeto “The Hiphop Archive”, carrega o nome do primeiro negro a receber o título de doutorado em Harvard, William Edward Burghardt Du Bois (1868-1963), considerado o pai do Pan Africanismo e autor de um entre os famosos livros que circulam entre os Hiphoppers e ativistas negros brasileiros, “As Almas da Gente Negra” (1903).

Decidida a fazer parte do grupo de “scholars” desta instituição, escrevi um projeto de pesquisa e submeti ao processo seletivo. Eu tinha de escrever o projeto em inglês, mas meu conhecimento da língua era zero. No primeiro momento eu escrevi linha por linha com ajuda de um tradutor capenga, de forma precária, e um amigo me ajudou a corrigir (Marques Travae, gratidão!). Em 2010, recebi uma carta com resposta negativa para aquele momento, mas que alertava para o interesse em meu projeto. Tive tempo de estudar melhor o inglês e em 2011 tentei novamente (Gladys Mitchell ajudou a revisar o projeto e, assim como as/os professoras/es Kassandra Muniz, Andreas Hofbauer, Dagoberto Fonseca, Teresinha Bernardo e Cheryl Sterling,  escreveu uma carta de recomendação. Gratidão!). Muitas pessoas disseram que eu não iria conseguir, porque a bolsa oferecida pelo Du Bois Institute era para pesquisadores doutores, já professores, e com uma vasta experiência. Mas aquele era um sonho para mim, e eu tentei. Quando eu completava 25 anos, em junho de 2011, recebi a carta de aceite. Em janeiro de 2012 iniciei minha residência na Universidade de Harvard como “research scholar”, ou melhor, pesquisadora residente.

Ao chegar em Boston, o primeiro desafio foi colocado: fui morar com uma família americana pela qual eu não fui bem acolhida (talvez um choque cultural, talvez pelo calor com que recebemos as pessoas no Brasil…). Assim, tive que procurar um local, com urgência, para morar.

Em Boston existe uma comunidade de cerca de duzentos mil brasileiros.  Com medo da minha primeira impressão – esta era a minha primeira viagem internacional – dos americanos, passei a procurar pessoas provenientes do mesmo país que eu. Era muito dolorido o que eu estava sentindo: longe da família, sem dinheiro além da bolsa que me era oferecida, dificuldade com a língua inglesa e passando por tentativas de opressão.

Na busca por uma moradia para alugar, o primeiro contato era por telefone e/ou email. Os brasileiros com quem eu falava eram super receptivos, perguntavam porque eu estava morando em Boston, e eu respondia que estava como bolsista na Universidade de Harvard. Isso fazia com que eles ficassem mais receptivos, e se apressassem ao me oferecer um quarto para alugar. No entanto, quando eu chegava no local combinado, ao olharem para mim, as pessoas achavam que eu estava mentindo. Por quê? Uma jovem, mulher e negra não poderia estar como pesquisadora bolsista na Universidade de Harvard? Isto se dava porque a maioria desses brasileiros eram brancos e provenientes da classe média do nosso país e estavam naquela cidade trabalhando em restaurantes, boa parte estava com o visto vencido. Se eles estavam naquela situação para se manter no primeiro mundo, como poderia eu, com esse fenótipo tão “negativado”, ser estudante em situação regular? Isso causava espanto em muitas pessoas, principalmente porque eu não procurava trabalho como “house cleaner”. Depois do primeiro contato, os quartos sempre já tinham sido ocupados.

Alugar um quarto na Harvard, nem pensar! O dinheiro da bolsa não era suficiente, e, como a maioria das jovens negras brasileiras, eu que estava acostumada a ajudar a minha família.

Em desespero, encontrei, por intermédio de uma amiga afro-americana (Jaira, gratidão!), uma organização chamada “Mulher Brasileira”, esta que trabalhava com os direitos sociais das mulheres imigrantes naquela cidade. Uma pessoa desta organização respondeu meu apelo, replicou o meu email, e obtive retorno de um quarto para morar. Quando cheguei na nova casa, a primeira imagem que avistei na sala era um quadro da divindade que rege a minha cabeça, que me guia. Não foi a toa que encontrei este novo lar, por onde fiquei até o fim da minha jornada em Boston (Regina, gratidão!).

Em seguida, as atividades no W.E.B Du Bois Institute for African and African American Research estavam por iniciar. No dia da apresentação era nítida a minha dificuldade com o inglês, como também o meu esforço para desafiá-la e cumprir com as minhas tarefas. Logo na carta de aceite fui avisada de que toda(o)s bolsistas tinham que fazer um Colloquium, e lá percebi a dimensão do que estava por vir, este instituto compõe o grupo dos 20 espaços mais importantes da Harvard, e a bolsa que havíamos conquistado era uma bolsa de elite. Elite no que se refere ao “status”.

A partir de então, começou meu trabalho árduo e diário para que no meu dia especial eu pudesse dar o melhor de mim. Eram passos largos, todos os dias, porque meus colegas de departamento eram doutores e, quase todos, professores universitários. Eu, recém mestre, 25 anos, tinha de acompanhá-los. Eu era a única bolsista proveniente de um país onde a língua oficial não era o inglês naquele momento. Às vezes eu chorava, e percebia que algumas coisas, que para muitas pessoas é continuidade, para nós, negros, especialmente mulheres negras, é o começo.  Eu tinha de dar conta do inglês, das atividades sociais do instituto, e das minhas tarefas de pesquisa. A língua, para quem tem um contato tardio, é um grande desafio. Percebia que os brasileiros brancos, com os quais eu me encontrava na universidade, podiam simplesmente aproveitar o momento.

Eu tinha que dar conta de tantas coisas com a minha bolsa que, em alguns momentos, depois de todo o trabalho, o caminho para a casa, com ou sem neve, era andando, e não de ônibus. Eu me sentia pressionada ao mesmo tempo que estava em busca de um sonho. Era lindo ver aquele cartão de visita escrito  W.E.B. Du Bois Institute – “The Hiphop Archive Fellow”. Isto porque eu era residente do instituto, e o que me financiava naquele espaço eram os recursos do arquivo de Hiphop. Eu tinha um escritório somente meu, era uma estrutura digna de uma pesquisadora. Pensava quantos jovens, como eu, têm essa oportunidade? Isso fazia com que eu cobrasse muito mais de mim mesma. Passava tardes e noites na Widener Library, Lamont Library, e até mesmo no meu escritório.

No começo, muitos se direcionavam a mim com preocupação, e se questionavam se eu daria conta daquele Colloquium. Mas houve uma pessoa muito especial, Marcyliena Morgan, professora do African and African American Studies na Harvard, e coordenadora do The Hiphop Archive. Ela me disse: você pode tudo! Escrevi e reescrevi meu Colloquium muitas vezes, ela lia e relia, e também me ouviu fazer aquela apresentação de múltiplas maneiras. Me ensinou a erguer a cabeça para falar. Me deu até um vestido especial para eu usar no dia da apresentação.

Quando chegou 4 de abril de 2012, eu acordei com o coração disparando. O mediador do Colloquium era Henry Louis Gates, coordenador do Instituto, e um dos homens afro-americanos mais influentes no mundo hoje. Primeiro, fiz minha oração. Depois, Regina chegou para acompanhar. Regina é uma pessoa muito especial na minha vida. Coloquei uma entidade religiosa dentro da minha bolsa e parti.

Antes de começar, por orientação da Regina, clamei três vezes, baixinho para mim mesma, a entidade religiosa convidada me proteger naquele momento, dizendo “eu estou aqui”. A sala estava lotada, e eu comecei da seguinte maneira:

In Brazil, before an important moment in one’s life, one asks an older person for blessings. Today, when I got up, I asked blessings from Brazil’s Hiphop Founding Father, King Nino Brown.

 No Brasil, antes de um importante momento em nossas vidas, nós pedimos a benção para as pessoas mais velhas. Hoje, quando eu levantei, eu pedi as bênçãos para um dos pais fundadores do Hiphop brasileiro, King Nino Brown.

He asked me: “Is your Colloquium today?”

Ele me perguntou: Hoje é seu Colóquio?

I responded: “Yes, and I need your blessings”

Eu respondi: Sim, e eu preciso da sua benção.

He proceeded to say: “Today is April 4th. On this date in 1968 Martin Luther King was murdered. On April 5th James Brown had concert that saved Boston. Don’t forget that and all things will be well”.

Ele procedeu: Hoje é 4 de abril. Neste dia em 1968 Martin Luther King foi assassinado. No dia 5 de Abril James Brown fez um show que salvou Boston. Não se esqueça disso e tudo vai ocorrer bem.

 

           

 

 

 

 

 

 

 

 

Eu comecei meu Colloquium relatando esta conversa porque ela estava diretamente relacionada com a minha pesquisa: um dos papéis do Hiphop no Brasil, o fortalecimento do sentido de Diáspora. Neste Colloquium eu pude falar de aspectos históricos, sociais e políticos da formação do Hiphop brasileiro, e de como este pôde se tornar um instrumento de arregimentação política de jovens negros.

            Quando eu terminei minha apresentação e me aplaudiram, fui tomada pela emoção. Foram feitas diversas perguntas, respondi todas elas. Eu consegui, fiz uma fala complexa e analítica em inglês, compreendi as questões, respondi. Havia passado o medo que me aprisionava até então. Eu estava vencendo mais uma barreira, dentre as tantas que são colocadas para nós, mulheres negras, no decorrer de nossas vidas. Partimos para o almoço, onde a emoção se misturava com os elogios de colegas do departamento. Muitos não acreditavam que eu era capaz.

Durante a noite, já em casa, eu chorei. Chorei porque esse desafio me fez olhar para a vida e pensar o quanto temos que ser, em muitas ocasiões, triplamente melhores para sermos respeitadas. Olhei para a quantidade de vezes temos que resolver múltiplos problemas da vida em uma única ocasião, por conta das oportunidades que não tivemos no passado,  e também para o quanto nós nos tornamos fortes, e conseguimos equacionar tantos problemas para atingir um objetivo, mesmo quando muitas pessoas desacreditam da nossa capacidade.

No outro dia, quando cheguei no meu escritório, havia um vaso de flores na minha mesa, agradecendo a “brilhante exposição”. E, para a minha surpresa, o jornal “The Crimson” foi-me entregue por um colega, e lá uma matéria sobre a minha exposição. Meu Colloquium foi o único, dentre os bolsistas do Instituto, que saiu no jornal da Harvard daquele semestre.

Falar de resiliência é cruel, porque demonstra nossas desvantagens. Ao mesmo tempo é bonito pensar sobre nossas formar de superação. Resiliência, na física, é utilizada para descrever materiais que, diante do acumulo de energias e estresse, não rompem. Para nós, seres humanos, pessoas resilientes seriam aquelas que, diante de tantas pressões e situações adversas, são obrigadas a manter o equilíbrio emocional para tocar a vida para frente. Muitas de nós, mulheres negras, temos percorrido este caminho.

E o que eu aprendi até aqui? Que diante de tantas adversidades, temos que acreditar nos nossos sonhos. Quando acreditamos, nós tentamos, e quando tentamos, nós podemos conseguir. Espero que essas minhas tentativas contribuam para que as minhas futuras filhas não precisem ser triplamente melhores, mas que cheguem na Harvard para continuar, e não para começar.

 

 

 

*Doutoranda em Antropologia Social pela UNICAMP
Mestre em Ciências Sociais/Antropologia pelo Departamento de Ciências Sociais da UNESP – Marília

 

 

 

 

 

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