Hillary defende melhor integração da população negra no Brasil

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, defendeu uma melhor integração da população negra em encontro realizado na noite de quarta-feira na Universidade Zumbi dos Palmares em São Paulo. Perguntada se defendia as cotas para negros no ensino superior, Hillary disse que “não conheço os detalhes do seu caso”.

“Mas conheço estatísticas que dizem que mais de 50% da sua população tem alguma origem negra e apenas 2% frequenta universidades.”
“Mudanças para mudar essa situação me parecem apropriadas”, disse.

“O talento pode ser universal mas as oportunidades não são e é preciso dar chance a todos”, disse ela, ressaltando que manter o aluno na universidade até a formação é um desafio igualmente importante.

“Não é justo apenas admití-los e ver eles falharem. Quando lecionava, via muitos estudantes meus, ambiciosos e dedicados, não conseguirem ir em frente por falhas em suas formações.”
Descontração 
A Unipalmares, aberta em 2004, foi a primeira idealizada por negros, com a missão de facilitar a inclusão de negros no ensino superior, admitindo também alunos brancos.

A entidade afirma que sorteou ingresos a 500 alunos para comparecer ao encontro. Os outros cerca de 300 lugares do auditório foram ocupados por professores e representantes de ongs.

A secretária de Estado foi recebida por um coral cantando Asa Branca. Logo no início do debate, mediado por jornalistas da TV Globo, Hillary afirmou que se “sentia em casa” no ambiente de uma universidade afro-brasileira que, segundo ela, “é muito parecido com os das universidades afro-americanas”.

Ela respondeu perguntas sobre vários temas como o programa nuclear iraniano, Venezuela, aborto (que defendeu como um direito de todas as mulheres), as diferenças comerciais entre Brasil e EUA e semelhanças entre os dois países.

“Somos grandes, pluralistas e de populações majoritariamente felizes. Quero ver estes dois países mais juntos” disse ela, ressaltando ser desejo do governo americano aumentar o intercâmbio entre estudantes americanos e brasileiros.

Ao final do encontro Hillary brincou dizendo achar que havia um acidente na marginal Tietê, que liga o aeroporto de Guarulhos à Unipalmares. O trânsito pesado do início de noite foi responsabilizado pelo pequeno atraso do evento.

O incidente serviu de gancho, entretanto, para a secretária de Estado dizer que “os americanos em média passam um ano de suas vidas parados no trânsito”.

“Não sei qual a média para os brasileiros, mas um dos desafios deste século é reconhecer os benefícios de se transportar pessoas de forma mais eficaz e criar os meios para isso”, finalizou.

Fonte: Último Segundo

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