Por: Anne Dias
Esta quarta-feira (22) é o último dia para quem quer investir nas novas ações da Petrobras. A empresa já tem papéis negociados na Bolsa de Valores de São Paulo e responde por quase um terço das negociações. A diferença é que agora ela está colocando mais ações no mercado para se capitalizar para a exploração na área do pré-sal (em águas profundas do oceano).
Mas vale a pena participar desse investimento?
Especialistas em finanças pedem cautela. “Para investir nas ações da Petrobras é preciso acreditar no potencial do pré-sal e pensar no longo prazo, em pelo menos dez anos.”, diz o consultor financeiro Gustavo Cerbasi.
Segundo ele, é preciso levar em conta que a petrolífera ainda não encontrou, de fato, nem 20% das reservas anunciadas na região do pré-sal.
A capitalização da Petrobras está mexendo com todo o mercado acionário. “O problema é o volume da capitalização, que acaba empurrando o mercado para baixo”, afirma o consultor.
“Muitos investidores venderam as ações de outras empresas para comprar as da Petrobras. E existem boas opções no mercado imobiliário, por exemplo”, afirma Cerbasi.
No primeiro anúncio, o governo federal afirmou que iria disponibilizar no mercado R$ 40 bilhões em novas ações. “Isso significava sete vezes o valor diário da Bolsa”, diz Cerbasi.
No final das contas serão colocados à venda R$ 134,5 bilhões em ações, o que será, de longe, a maior venda de papéis do mundo.
O professor de finanças do Insper, Ricardo Almeida, concorda que o investidor não deve sair comprando papéis da empresa sem antes fazer uma análise criteriosa. “É preciso ver se o investimento cabe no bolso da família e se o investidor acredita no potencial da empresa”, afirma.
Para Almeida, uma estratégia de aplicação é fazer a reserva agora, exercer a compra e vender os papéis logo, no máximo uma semana após a oferta pública. “Não é garantia de lucro, mas pode ser uma opção. O ideal mesmo é não ter pressa em vender esses papéis.”
Tanto Cerbasi quanto Almeida afirmam que o ideal é incluir as ações da Petrobras numa cesta de investimentos diversificada. “Assim, se o preço das ações da empresa cair no futuro, isso não prejudicará as economias do investidor”, diz Almeida.
Quem estiver disposto a aplicar nas novas ações da Petrobras pode seguir dois caminhos. Um é pelos fundos de investimento. Neste caso, a aplicação mínima é de R$ 200 e, a máxima, R$ 300 mil. As taxas de administração cobradas por estes fundos vão de 0,5% a 2% ao ano, conforme o montante. Estes fundos são exclusivos para ações da empresa.
Outra via é comprar diretamente as ações por meio de corretoras – pode ser a corretora do banco onde o aplicador já tem conta. Aí o desembolso é um pouco maior. O investimento mínimo exigido nesse caso é R$ 1 mil. O limite máximo é R$ 300 mil. As taxas são as cobradas pelas corretoras, como acontece com os investimentos em Bolsa.
As novas ações da Petrobras começarão a ser negociadas na BM&FBovespa na segunda-feira (27).
Fonte: UOL