Importância da diversidade das mulheres é reforçada em debate on line

Para comemorar o dia da psicóloga e do psicólogo em 2011 foi realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), na noite de terça-feira (23), o debate Psicologia Brasileira: Profissão de Muitas e Diferentes Mulheres. O debate foi transmitido via internet no site do CFP e contou com as participações da secretária de Políticas de Ações Afirmativas da Secretaria de Políticas de Promoção de Igualdade Racial, Anhamona Silva de Brito e da psicóloga e militante feminista integrante do Fórum de Mulheres de Pernambuco, Suely de Oliveira. A coordenação do debate foi da conselheira do CFP Marilda Castelar.

A importância de se pensar a diversidade de mulheres que há no Brasil e o respeito à pluralidade deram o tom do debate, que teve início com alguns questionamentos de Anhamona Silva, entre eles “qual é o perfil da mulher psicóloga no Brasil, onde elas estão e quais são as complexidades que enfrentam no exercício da profissão, sejam negras ou brancas”. Segundo Anhamona, a questão do racismo deve ser levada em consideração quando se discute os direitos das mulheres no Brasil. “A maioria da população brasileira é negra e a maioria também é de mulheres. E as mulheres negras estão em situações de vulnerabilidade maior, são mais acometidas por psicopatias”. Mais uma vez, Anhamona questionou qual o perfil da mulher que está nos espaços de tratamento psquiátricos e que mulheres têm ou não acesso a eles.

A psicóloga Suely de Oliveira trouxe ao debate discussões de alguns capítulos da Pesquisa em que é colaboradora – “A mulher brasileira nos espaços público e privado”. No universo da pesquisa, feita com mulheres e homens acima de 15 anos, Suely destacou temas relacionados à percepção de ser mulher no Brasil, ao machismo , ao uso de preservativo e à violência doméstica e sexual. “Apesar da maioria dos homens admitir que a violência contra a mulher é erradda, 57% admitiu que pelo menos uma vez já praticou violência contra alguma namorada ou esposa e 43% que já o fez algumas vezes” , destaca.

Segundo a conselheira Marilda Castelar, o tema gênero já tem sido abarcado com mais entusiasmo pelo Congresso Nacional, mas para que a inserção e a permanência da questão se mantenham é preciso a articulação com instituições de ensino superior, movimentos estudantis e movimentos de mulheres. “O Sistema Conselhos colocou como prioridade a discussão destas políticas”.

Outros

Antes de serem iniciadas as discussões, foi transmitido um vídeo com os vencedores do concurso profissional Democracia e Cidadania Plena das Mulheres e, durante o debate, foi anunciada a inauguração, ainda em agosto, do novo serviço online do Sistema de Cadastro Nacional de Psicólogos e da Ouvidoria no CFP.

O debate está disponível no You Tube e em breve estará disponível na página do CFP (www.pol.org.br) e na página da campanha Psicologia: profissão de muitas e diferentes mulheres (http://mulher.pol.org.br).

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