Apesar de PIB pequeno, jornais destacam popularidade e coragem da presidente em defender uma política alternativa para a Europa; brasileira quer François Hollande como aliado contra o plano de austeridade econômica da alemã Angela Merkel
Roberta Namour, correspondente do 247 em Paris – A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, e o presidente da França, François Hollande, se encontram nesta terça-feira em Paris no Fórum do Progresso Social, organizado pela Fundação Lula. Além da importância simbólica, esta visita de dois dias apresenta um desafio imediato para as relações franco-brasileiras. Dilma vai tentar cimentar com o seu homólogo francês uma frente ampla contra as políticas de austeridade impostas por Berlim e pelos mercados na União Europeia.
O jornal francês “Le Monde”, diz que, assim como François Hollande, a presidente Dilma Rousseff tem a palavra crescimento como um padrão, mas de forma muito mais demonstrativa. Já em Novembro de 2011, durante uma visita a Bruxelas, ela foi claramente explícita ao dizer que adotar ajustes fiscais recessivos não é o suficiente – observações repetidas com vigor durante a sua recente visita a Espanha. Entretanto, o discurso anti-austeridade de Dilma ainda não deu resultados, lembra o jornal, e a presidente espera que Hollande tenha a coragem de defender uma política alternativa para a Europa. Contrário à ratificação do Tratado Europeu, Hollande acabou cedendo à pressão da crise na zona do euro, traindo uma de suas promessas de campanha.
Para “Les Echos”, mesmo se no Brasil o crescimento do PIB foi de apenas 0,6% no terceiro trimestre, Dilma chega em Paris com a cabeça erguida, com uma popularidade que continua a bater recordes (quase 80%). Publicação diz que Brasil ainda é a sexta maior economia mundial e encosta na França.
Fonte: 247