Institutos de pesquisa debatem inclusão da variável afrodescendente nos censos da América Latina

A Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) promove esta semana, no Chile, um seminário sobre a preparação de censos populacionais na América Latina. Uma nova rodada de pesquisas deve ser realizada em vários países da região no próximo ano ou em no máximo dois anos.

Do Blog Avaliação Durban

Imagem Ilustrativa ( @DAZZLE_JAM / Nappy)

Entre os países que preparam novos censos estão o Brasil, Equador, Panamá, Cuba, Chile, Estados Unidos, Canadá, Paraguai e Uruguai.

A próxima rodada de censos, no entanto, não deve incluir países como a Colômbia, que realizou a pesquisa em 2005, o Peru, que fez um censo em 2007, e El Salvador, que realizou um censo parcial em 2007.

De acordo com Jhon Anton, da Comissão Afrocensos da América Latina e do Caribe, um dos principais desafios agora é acompanhar a inclusão e utilização da categoria afrodescendente nos censos da América Latina.

“Necessitamos de um grupo que monitore de maneira permanente esse processo. Também precisamos garantir que os agentes de pesquisa estarão devidamente capacitados”, avalia Anton, que participa da reunião promovida pela Cepal no Chile.

As pesquisas e dados sobre a população afrodescendente, produzidos a partir dos censos, são fundamentais para avaliar a persistência do racismo na América Latina e o impacto das políticas de igualdade racial.

A incorporação da variável cor e raça é uma recomendação das Nações Unidas (ONU) e encontra respaldo nas conferências de Durban (2001) e de Revisão de Durban (2009), assim como em seus documentos finais, declarações e planos de ação.

Na América Latina, institutos de pesquisa de países como Equador, Panamá, México, Cuba, Venezuela e Brasil já utilizam a variável afrodescendente em seus estudos censitários. Os dados são obtidos, principalmente, a partir da auto-declaração dos entrevistados.

De acordo com os especialistas, os questionários devem levar em conta a identidade em suas distintas dimensões. Seja racial, étnica, lingüista, cultural e territorial. Cada país deve adequar à sua realidade os termos e metodologias de pesquisa. E, para que os resultados sejam efetivos, são necessárias campanhas nacionais de incetivo à auto-declaração e auto-reconhecimento.

 

+ sobre o tema

Que escriba sou eu?

Tenho uma amiga que afirma que a gente só prova...

Em carta a Dilma, MPL lembra de índios e pede diálogo com movimentos sociais

Convidado para reunião com a presidenta, Passe Livre pediu...

Movimento negro cobra auxílio emergencial de R$ 600 e vacina para todos pelo SUS

Nesta quinta feira (18), a Coalizão Negra por Direitos,...

para lembrar

Chris Brown vai lançar novo CD mais cedo

Fonte: R7 - Gravadora Jive antecipará a distribuição do álbum...

Carta à hebraica

Ter recebido palestrantes de esquerda não é desculpa para...

Sakamoto – Mesmo com proteção, ativista diz que será assassinada

Leonardo Sakamoto A repórter Ana Aranha foi ao Sul...

Refletindo sobre o povo negro

Fonte: Zero Hora- Por: Tarciso Flecha Negra Uma série...

Fim da saída temporária apenas favorece facções

Relatado por Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o Senado Federal aprovou projeto de lei que põe fim à saída temporária de presos em datas comemorativas. O líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA),...

Morre o político Luiz Alberto, sem ver o PT priorizar o combate ao racismo

Morreu na manhã desta quarta (13) o ex-deputado federal Luiz Alberto (PT-BA), 70. Ele teve um infarto. Passou mal na madrugada e chegou a ser...

Equidade só na rampa

Quando o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, perguntou "quem indica o procurador-geral da República? (...) O povo, através do seu...
-+=