Instrumentos Africanos na Cultura Brasileira

São claras as influencias da África sobre a cultura brasileira, a maior parte da população brasileira é negra, e até mesmo as pessoas que não são negras, têm origens africanas, isso por que o povo brasileiro é um dos mais miscigenados do mundo, muitas vezes ocorre de pessoas brancas, terem grande parte de seus antepassados negros, a miscigenação é um efeito muito interessante. Os homens e mulheres que vieram da África trouxeram consigo sua cultura, costumes, culinária e obviamente sua música, há claras semelhanças entre os ritmos brasileiros e africanos.

A capoeira é uma dança que surgiu no Brasil, sendo uma mistura de lutas e passos de dança africanos, apesar de que muitos acreditam que a capoeira surgiu na África, ela surgiu pela necessidade dos escravos de manterem sua cultura e treinarem seu corpo. A capoeira usou instrumentos africanos para dar ritmo a dança. Ela utiliza principalmente o berimbau, que consiste em um arco feito de uma vara de madeira (verga) de comprimento aproximado de 1,50m a 1,70m e um fio de aço (arame) preso nas extremidades da vara. Em uma das extremidades do arco é fixada uma cabaça que funciona como caixa de ressonância. O tocador de berimbau utiliza uma pedra e uma vareta.
Há outros instrumentos de origem africana, apesar de não serem utilizados na capoeira, são eles;

Afoxé– instrumento percussivo composto de uma cabaça cobertacom uma rede de contas ao redor de seu corpo. O som é produzido
quando se giram as contas em um sentido, e a extremidade do instrumento (o cabo) no sentido oposto.

Agogô – instrumento percussivo composto de duas a quatro campânulas de tamanhos diferentes, ligadas entre si pelos
vértices. Para se tirar som desse instrumento usa-se uma baqueta de madeira.

Balafon – precursor do xilofone, possui um reduzido número de teclas colocadas sobre meias cabaças que servem como ressonadores. Isto exige uma amarração especial onde se utilizam couro, bambus e cordas.

Caxixi – instrumento de percussão que consiste em um pequeno cesto de palha contendo sementes que se entrechocam quando sacudido. É
usado, no Brasil, em conjugação com o berimbau.

Chocalho de pé – instrumento percussivo feito de pequenas peças (cascas secas de frutas, unhas de cabra, búzios) presas a um fio ou
tecido, que produzem um som achocalhado ao baterem entre si, conforme o movimento das pernas de quem o usa.

Clava – instrumento percussivo correspondente a duas peças de madeira na forma de cilindro que são percutidas uma na outra. Os pigmeus usam clavas rústicas – tocos de madeira.

Cuíca – espécie de tambor com uma haste de madeira presa no centro da membrana de couro, pelo lado interno. O som é obtido friccionando-se a haste com um pedaço de tecido molhado e pressionando a parte externa da cuíca com os dedos, produzindo um ronco característico, variando entre graves e agudos.

Djembê – tipo de tambor cujo corpo é um tronco de madeira escavado em forma de cálice. A pele que é percutida, é tensionada na parte mais larga.

Gonguê – instrumento percussivo formado por uma única campânula de ferro grosso percutido por uma baqueta de madeira.

Kalimba – instrumento feito de lâminas de metal presas a uma cabaça que serve como caixa de ressonância . É tocado com as duas mãos, sendo as lâminas beliscadas pelos polegares. Também conhecido como sanza, quissange, likembe ou piano de polegar.

Kora – instrumento de cordas. Tem uma caixa de ressonância feita de cabaça e suas cordas eram originalmente feitas de pele de antílope. O instrumentista usa somente o polegar e o indicador de ambas as mãos para dedilhar as cordas da Kora, sendo que os dedos restantes seguram o instrumento.

Maraca – instrumento de percussão constituído por uma cabaça com cabo, contendo no seu interior, sementes secas, grãos, arroz ou areia grossa.

Reco-reco – instrumento feito de bambu ou madeira com ranhuras transversais que são friccionados por uma vareta.

Sistro – instrumento de percussão que produz um som de chocalho. Sua origem é egípcia e era feito de bronze. No Senegal é feito de uma
forquilha de árvore por onde correm rodelas de madeira (ou de cabaça) que se entrechocam.

Tambor de fenda – instrumento de percussão oco, usualmente de bambu ou madeira, podendo ter uma série de formas. Ficam mais ressonantes na medida em que haja mais de uma fenda no seu corpo.

Tambor falante – tambor em forma de ampulheta com as duas extremidades cobertas com couro e amarradas entre si por tiras tensionadas. Seus sons podem ser regulados e por isso é chamado o “tambor de comunicação”. O tocador coloca o tambor embaixo do braço e levanta ou abaixa o tom do tambor falante, ao apertar ou ao liberar as cordas.

Udo – também chamado “udo drum” ou moringa de percussão é um pote de cerâmica com um furo na “barriga”, no qual se bate com a palma da mão, obtendo-se um som oco. O resto do corpo é tocado com os dedos. Os timbres assemelham-se a sons de água.

Xequerê – instrumento de percussão que consiste de uma cabaça cortada em uma das extremidades e envolta por uma rede de contas.
O som é produzido pelo instrumentista puxando e soltando essa rede.

Xilofone – instrumento musical classificado como de percussão de altura definida ou de som determinado. Consiste de várias lâminas
de madeira dispostas em uma caixa de ressonância. O instrumentista usa duas baquetas para a produção do som.

Fonte: Gustavo Souza

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