Jovem afirma ter sido vítima de preconceito na loja Farm

O designer Vitor Martins, de 24 anos, afirma ter sido vítima de preconceito ao tentar comprar um casaco da marca carioca Farm, no shopping Pátio Higienópolis, em São Paulo, no último domingo. Ao chegar à loja com outras amigas, o jovem perguntou a uma vendedora se poderia ver um casaco. Ela, então, teria perguntado para quem seria a peça e ao saber que a compra seria para o próprio Vitor, passou a ironizar a situação.

Por Ana Carolina Pinto no Extra

— Quando eu respondi que era para mim, ela perguntou outra vez. Na primeira, não fiquei chateado. Quando eu respodi que sim, ela ficou andando e perguntou mais três vezes se era para mim mesmo, e eu dizendo que sim. Nisso, fui ficando mais nervoso e desconfortável, porque tinha mais gente na loja que ficou olhando, virou um circo. A mulherada toda me olhando como se eu estivesse num zoológico fazendo algo anormal — conta o jovem.

A Farm é uma rede de artigos femininos, mas lançou recentemente uma parceria com uma marca de roupas esportivas que atraiu Vitor. Como a peça estava em promoção, ele resolveu investir R$ 180 na compra. Mas a satisfação foi substituída pela frustração ao receber tratamento inadequado, conta o jovem.

— Claro que comprei a blusa. Não ia deixar essa menina decidir o que eu uso. O problema foi a reação dela depois. Se ela falasse no final que foi algo que não percebeu e etc, pronto. Mas a atitude depois que destruiu tudo. Cheguei super de boa, falei: “olha, na próxima vez, não faz de novo”, mas ela não estava disposta a me ouvir. Foi bem irônica, dizendo que achou engraçado. Atendeu como se estivesse fazendo um favor.

O desabafo de Vitor no Facebook acabou gerando críticas à postura de outras vendedoras das lojas da marca. O designer conta que foi procurado por dois profissionais da Farm, através da rede social, e espera que o caso sirva de exemplo.

— Não é minha inteção que ninguém perca o emprego. Só acho que as pessoas têm que ser educadas. Seria bom se elas não precisassem ser treinadas para isso, mas acho que cada loja deveria se responsabilizar. Pelo que as pessoas estão dizendo, sempre há problemas. Não quero que achem que é só sobre mim, mas sim sobre como tratar as pessoas ao meu redor. É para que nenhum vendedor trate mais ninguém dessa forma.

Procurada, a Farm informou que já entrou em contato com Vitor e que não compactua com a atitude da vendedora, que já teria sido chamada para uma conversa.

Confira a nota da Farm na íntegra:

Este tipo de atitude não faz parte do que a Farm acredita ou celebra, mas infelizmente a marca não tem controle sobre tudo. A Farm, assim que soube do ocorrido, entrou, imediatamente, em contato com o rapaz para se desculpar e também conversou com a vendedora. O episódio serviu como exemplo para todas as lojas da rede, de algo que não deve ser feito.

 

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