Esteban Sinisterra, um jovem estilista negro da pobre região do Pacífico colombiano, está vestindo a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, a primeira mulher negra a ocupar o cargo, no que ele chama de moda de “resistência”.
Sinisterra, cujos vestidos estampados coloridos para Márquez têm chamado a atenção internacional, cresceu no município de Santa Bárbara Iscuandé, na província de Nariño, onde ele diz que jovens têm poucas oportunidades de escapar do envolvimento no conflito interno em curso no país.
Sua formação tem semelhanças com Francia Márquez, uma ex-dona de casa e ativista ambiental que cresceu no município pobre de Suárez, na província de Cauca, e enfrentou ameaças de morte por sua oposição à mineração de ouro.
“De uma forma ou de outra, a história dela e a minha são semelhantes, então acho que houve uma faísca muito bonita”, disse Sinisterra, 23, que agora mora na cidade de Cali e estuda serviço social, além de seu trabalho como estilista.
“Primeiro aceitamos e reconhecemos que temos raízes que nos conectam, que é a África, mas levando em conta essas raízes também expressamos o território de onde viemos, o Pacífico colombiano”, disse Sinisterra, que aprendeu seu ofício com sua tia e avó.
“Cada uma das roupas de Francia evoca isso”, afirmou Sinisterra. “É poder mostrar que somos assim… então para mim moda, minha moda, é resistência.”
Francia Márquez, 40, que mencionou seus ancestrais em juramento de posse, deve liderar um novo ministério da igualdade se o governo conseguir a aprovação do Congresso para sua criação.