Justiça manda soltar PM denunciada por racismo e desacato

Lotada no 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) há mais de 10 anos, a policial Maria Elenilza Madeira Ferreira foi presa no dia 20 de junho, em um bar na Rua São João, bairro de Fátima, em Itabuna.
A prisão da PM ocorreu depois de uma bebedeira, segundo denúncia de populares. A policial, que foi acusada de ofender verbalmente algumas pessoas que estavam no local, acabou solta.

De acordo com a versão dos denunciantes, a PM disse para um dos clientes do Bar da Jandira que não gostava de “negro pobre”. A ofensa foi dirigida ao agente funerário Paulo Roberto Andrade.

Para Maria Elenilsa, outra frequentadora, a policial teria dito que ela era “uma neguinha” e não tinha “condições de pagar pela bolsa que estava usando”. Ela ainda xingou a dona do bar, Jandira Bomfim dos Santos e ofendeu os PMs que atenderam à chamada.

No Complexo Policial de Itabuna, a vítima da fúria da PM foi um agente da Polícia Civil, para quem ela teria dito “você não tem competência para ser um policial civil”. Ela ainda tentou fugir antes que fosse lavrado o flagrante por racismo, mas foi contida a tempo pelo tenente Carlos Araújo.

O Comando de Policiamento da Região Sul (CPRs) determinou a abertura de procedimento administrativo contra a policial militar. O comandante regional da PM, Ivo Silva Santos afirmou que “é intolerável o mau comportamento da policial”.

Além do procedimento administrativo, a policial vai responder na justiça comum por crime de racismo. Foi a juíza da 1ª Vara Crime de Itabuna, Antônia Maria Faleiros, quem concedeu liberdade provisória à policial, mediante algumas condições.

Ela não pode mudar de endereço sem prévia comunicação ao juízo; não pode frequentar bares, boates, forrós e similares, nem fazer uso imoderado de bebidas alcoólicas ou se apresentar alcoolizada em público.

Além disso, deve manter ocupação lícita e comparecer sempre que intimada a todos os termos e atos do inquérito ou ação penal que por ventura vier a ser instaurada. Após ser ouvida na delegacia, a policial foi encaminhada ao 15º BPM, onde ficou cerca de uma semana.

 

 

Fonte: A Guilhotina

+ sobre o tema

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

para lembrar

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...
spot_imgspot_img

Mano Brown pede desculpas a Camila Pitanga após chamá-la de ‘mulata’

Mano Brown utilizou as redes sociais hoje para se retratar com Camila Pitanga e o pai da atriz, Antônio Pitanga, depois de uma declaração...

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...