Na manhã desta quarta-feira (30), a ministra da Igualdade Racial e irmã da ex-vereadora Marielle, Anielle Franco, conversou com a imprensa pouco antes do início do julgamento de dois acusados de matar a política e seu motorista, Anderson Gomes.
“Justiça seria eles estarem aqui”, ponderou a ministra. “A gente infelizmente está numa sociedade e num país que não está acostumado a ver justiça”, continuou a irmã da vereadora assassinada em março de 2018.
“São quase sete anos de muita dor, de um vazio, de uma mulher que lutava exatamente contra isso e que foi assassinada da maneira que foi”, relembrou, ainda, Anielle.
Em outro momento da coletiva de imprensa, ela chegou a dizer que o caminho até o Tribunal, junto de seus familiares, a fez relembrar o dia do velório da irmã.
Questionada pelos jornalistas, Anielle celebrou o avanço das investigações: “Ao mesmo tempo que a gente sabe que as investigação caminharam – e a gente precisa reconhecer- a gente também sabe que não era fácil chegar onde chegamos”.
A ministra comentou a prisão do delegado Rivaldo Barbosa, envolvido com a investigação do crime na esfera estadual, como um dos supostos mandantes do assassinato.
“A gente tem falado que essa foi, talvez, uma das maiores surpresas. Relembrando aquelas imagens do delegado com meus pais, com todo mundo (…) Lembrando o quanto ele dizia que fazia questão de resolver o caso. Pra gente foi uma baita surpresa”, revelou.
O júri
O julgamento dos ex-sargentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Ronnie Lessa e Élcio de Queiróz, acusados pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, acontece nesta quarta-feira (30), no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro.
Os réus serão ouvidos por videochamada. Atualmente, Ronnie Lessa está preso no Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo; e Élcio Queiroz, está detido no Complexo da Papuda, em Brasília.
O processo que levou à prisão Lessa e Queiroz tem 13.680 folhas, 68 volumes e 58 anexos.