- Instituto Geledés reúne lideranças jovens para terem participação efetiva em conferência do clima em novembro
- Encontro foi marcado pela diversidade de gênero, raça e nacionalidade de participantes
Jovens de organizações civis ao redor do mundo participaram entre os dias 8 e 10 de outubro de um dos eventos promovidos pelo Geledés – Instituto da Mulher Negra – com o objetivo de fortalecer a presença e a incidência das juventudes brasileiras e latino-americanas nas negociações multilaterais de clima, como a COP 30, que ocorrerá em novembro, em Belém.
A assessora de Clima e Juventude de Geledés, Ester Sena, diz que o encontro foi marcado pela diversidade de gênero, raça e nacionalidade das lideranças jovens.
“Tivemos representantes da Guatemala, Tailândia, Hong Kong, Estados Unidos e Gana. Entre elas pessoas indígenas, brancas, amarelas, mas majoritariamente afrodescendentes.”
O grupo está se articulando para levar suas demandas para espaços de decisão, como a COP. “Não queremos mais estar ali só como alguém para compor uma foto ou uma mesa, mas cada vez mais estar dentro desses espaços e conseguir um poder real de fala, sermos incluídos nas negociações e nos documentos que são discutidos durante a COP, por exemplo”, afirma Ester.
Ela destaca que, no Brasil e na América Latina, “jovens afrodescendentes enfrentam obstáculos estruturais para acessar educação de qualidade, empregos dignos, representação política e até o direito ao território e ao meio ambiente saudável.”
Mas mesmo carecendo de reconhecimento institucional, financiamento direto e espaço de decisão nas arenas internacionais, pontua que a juventude negra têm liderado iniciativas de reflorestamento, agroecologia, energia limpa e educação ambiental.
Ester Sena pontua que a população afrodescendente é a mais afetada pela crise climática. E, por isso, a juventude faz um movimento de pensar no passado, presente e futuro. “O Movimento Negro não está dialogando agora sobre a crise climática, mas desde a Eco 92. O objetivo é avançar nas conquistas para as próximas gerações”, afirma Ester Sena.