Lançamento da revista Elas por Elas e homenagens

Na sexta-feira (24/04), foi lançada a 8ª edição da revista Elas por Elas, durante a cerimônia de entrega da Comenda Clara Zetkin, no auditório do sindicato, em Belo Horizonte. O evento, que contou com a expressiva presença de mulheres, teve vários momentos marcantes: a apresentação das principais reportagens da revista pelos jornalistas, uma intervenção teatral sobre as principais lutas e conquistas das mulheres, a entrega da comenda a dezessete mulheres, o pronunciamento de diretoras e do presidente do sindicato, as palavras emocionadas e cheias de verdade das homenageadas, a poesia, teatro, canto e um agradável momento de confraternização entre os presentes.

Por Monica Aguiar Do Monica Aguiar

A revista Elas por Elas é uma publicação anual de gênero do Sinpro Minas. Esta edição traz histórias de sindicalistas, professoras, políticas, ciganas, cabeleireiras, circenses, escritoras, presidiárias, quadrinistas, feministas e outras. “Essa revista já é uma das principais publicações de gênero do país. É uma importante ferramenta no caminho de emancipação das mulheres em Minas e no Brasil”, destacou Gilson Reis, presidente do Sinpro Minas. “Estamos muito felizes por ter essa revista como instrumento de luta”, comentou Lavínia Rosa, diretora do Sinpro e representante do Conselho Editorial da revista.

 

Comenda Clara Zetkin

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Durante o lançamento da revista, foi realizada também a entrega da comenda Clara Zetkin. A condecoração homenageia mulheres que contribuem para dar visibilidade, mobilizar e fortalecer a luta pelos direitos, participação política e emancipação das mulheres.
Clara Zektin foi uma feminista que nasceu em 1857, na Alemanha. Ela marcou a história pela sua atuação como feminista, sindicalista, militante política e professora, sempre em defesa da igualdade de oportunidades para as mulheres. Em 1910, durante uma Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhague, Clara Zetkin lançou a ideia de um dia internacional da mulher, o dia 8 de março. Sua trajetória inspirou a diretoria do Sinpro Minas que escolheu o seu nome para a comenda criada no dia 13 de fevereiro de 2012.
Veja a lista das homenageadas:
Ângela Maria da Silva Gomes – Engenheira florestal, doutora em Etnobotânica negro africana, pelo Departamento de Geografia, da UFMG. Professora do Uni-BH e militante do movimento negro e ecologista. É representante de Relações internacionais da Coordenação Nacional do Movimento Negro Unificado. Em 2013 foi indicada por notório saber para compor o Conselho Nacional de Políticas de Igualdade racial (CNPIR) e representou o Brasil na Rio+20, na mesa “Questão racial e desenvolvimento sustentável”. Em 2014 foi indicada para Comissão de reserva de vagas do MEC
Anne Carolina de Morais – Professora do ensino fundamental e médio  de escola privada de Belo Horizonte. Trabalha há 13 anos na área da educação. Em 2014 foi vítima de violência cibernética cometida por alunos dentro de sala de aula.  Beatriz Cerqueira– Professora da rede pública e sindicalista. Coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), é a primeira mulher eleita para a presidência da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG). É formada em Direito e sua militância política começou em grupos de jovens, dentre eles, a Pastoral da Juventude e o movimento estudantil. Dora Alves
Cabeleireira especializada em beleza afro, é fundadora da  Associação Meninas de Dora, que capacita e prepara jovens e adultos para o mercado de trabalho. Há mais de 40 anos se dedica a trabalhos voluntários. Em 2012, o projeto Meninas de Dora foi eleito a melhor ação social do estado de Minas Gerais e concorreu a melhor do Brasil.  

Eli Izabel Rodrigues Santana ( Bel) – Funcionária do Sinpro Minas desde 1989. Graduada em História, com especialização em história política do Brasil e em  Desenvolvimento Social. Atuou no movimento estudantil e participou da fundação da União popular de Mulheres \ UBM, entidade que participa como ativista e diretora. É filiada ao PC do B, diretora da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Sindical – SITESEMG e integra o Coletivo de Mulheres de Montes Claros.

Evangelina Castilho Duarte – Desembargadora do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Foi Juíza de Direito, Juíza Corregedora e Juíza do Tribunal de Alçada de Minas Gerais. É membro do Comitê Gestor da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes e professora de Direito na Faculdade de Direito da Fundação Dr Pedro Leopoldo.
Gracinha Horta – Cantora. Iniciou sua carreira em Belo Horizonte, como crooner de grandes orquestras. Com um repertório eclético interpreta grandes compositores, indo do samba ao jazz, passando pela bossa nova e consagrados nomes do Clube da Esquina como Milton Nascimento, Toninho Horta e Lô Borges. Também já dividiu o palco com grandes nomes consagrados da MPB, Emílio Santiago, Djavan e Alcione, entre outros.Íris Maria da Costa Amâncio Kamwa – Mestre em Literatura de Língua Portuguesa, doutora em Estudos Literários/ Literatura Comparada e pós-doutora em Ensino de Literaturas Africanas. Professora universitária, pesquisadora e editora, participa de diversas iniciativas socioculturais, políticas, científicas e pedagógicas, no Brasil e no exterior, voltadas para Literaturas e Culturas Africanas e Afro-brasileira, assim como para as relações étnico-raciais. Possui artigos acadêmico-científicos e livros publicados, envolvendo ensaio, literatura infantojuvenil e suporte pedagógico para formação de professores.

Ivone Maria Vieira Santos – Motorista de ônibus. Começou  na função de cobradora e como sempre gostou de dirigir tornou-se motorista mesmo diante de vários obstáculos. Tornou-se a primeira mulher a dirigir um ônibus coletivo em Santa Luzia.
Márcia Mendonça – Professora, jornalista e pesquisadora. Leciona em programas de pós-graduação e cursos de extensão nas áreas de história, cinema e moda em instituições privadas de ensino. É co-autora do livro Binômio – edição histórica, juntamente com José Maria Rabelo, e do livro Pensar Brasil 500 anos.
Maria do Socorro Jô Moraes (Jô Moraes) – Deputada federal eleita para o terceiro mandato pelo Estado de Minas Gerais e membro do Comitê Central do PCdoB. Atualmente integra a Comissão Executiva Nacional da legenda e se destaca pela luta em defesa dos trabalhadores, dos direitos da mulher e pelo compromisso com os interesses nacionais. Em 2013 foi eleita coordenadora da Bancada Feminina da Câmara Federal. Foi vereadora de Belo Horizonte por duas vezes e deputada estadual de Minas Gerais. A militância política teve início no movimento estudantil secundarista, ainda no seu Estado natal, a Paraíba. Durante a Ditadura Militar viveu na clandestinidade. Com a anistia, Jô passou a atuar no movimento de mulheres.
Milta Ferreira de Aguiar – Natural de Carmopólis. Reside há mais de 60 anos no Bairro Nova Cintra. Viúva, matriarca de uma família de 8 Filhos, 12 Netos e 2 Bisnetas. Sua trajetória de vida é marcada por liderança comunitária, sem deixar de lado a Cultura o Esporte e o Social. Atualmente, está à frente do grupo de congado Nossa Senhora Auxiliadora, do grupo 3ª Idade Maria Mãe das Mães e é vice presidente da Creche Madre Mazzarello.
Mônica Aguiar – Blogueira, colunista, feminista e militante do Movimento Negro. É coordenadora  do Centro de Referência de Cultura Negra de Venda Nova e Coordenadora Geral do Centro de Referencia de Cultura da Mulher Negra de Minas Gerais . Também Coordenadora do Fórum Estadual de Mulheres Negras.  Foi executiva do Conselho de Participação e Integração da Comunidade Negra de Minas por dois mandatos. Executiva na Coordenação das  Iª, IIª e IIIª Conferencias de Promoção da Igualdade Racial em Minas Gerais .Pollyana do Amaral Ferreira – Doula. É bacharel em Ciência da Computação pela UFMG. Militante das boas práticas no atendimento ao parto normal e eliminação da Violência Obstétrica, é ativista do Parto do Princípio e coordena o Ishtar – Espaço para Gestantes, onde oferece apoio às mulheres para o resgate e fortalecimento da autonomia feminina na conquista de um parto ativo, protagonizado e saudável.

Sandra Regina Goulart Almeida– Professora Titular da Faculdade de Letras e Vice-Reitora da Univesidade Federal de Minas Gerais. Formada em Letras pela UFMG, possui mestrado em Literatura pela Universidade da Carolina do Norte, doutorado pela mesma instituição e pós-doutorado em Literatura Comparada pela Universidade Columbia, em Nova Iorque. É pesquisadora em diversos temas como literatura contemporânea, crítica literária feminista, estudos de gênero, literatura pós-colonial, tradução cultural, estudos da diáspora e do espaço na literatura contemporânea.

Sara Aparecida da Costa – Policial Militar/Subtenente. Foi professora da rede pública estadual. Participa das diversas modalidades de policiamento,  da formação de policiais militares femininos, da chefia da Diretoria jurídica da Associação de Praças Policiais e Bombeiros Militares e da subchefia da Seção de Assistência Judiciária da Policia Militar de Minas Gerais.
Sula Kyriacos Mavrudis– Atriz de teatro e circense. Presidente da Rede de Apoio ao Circo (RAC) e autora da obra  Encircopédia – Dicionário Crítico Ilustrado do Circo no Brasil. Desenvolve um trabalho de apoio ao circo e às famílias  circenses que enfretam graves problemas com risco de serem extintos.  O seu  livro tenta resgatar a história do circo, valorizando a arte circense.

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