Livro infantil de audiodescrição trata de diferenças e inclusão

Compreender as diferenças e viver com elas. Essa visão especial levou a escritora Monica Picavêa a escrever o livro Simplesmente Diferente, considerado o primeiro de audiodescrição destinado ao público infantil com deficiência visual. A ideia surgiu da convivência com as pessoas com deficiência e também para que as filhas gêmeas, hoje com 2 anos, encarassem essa relação como algo natural.

De acordo com a autora, “é o livro de uma pessoa que não tem ninguém na família com deficiência, para crianças que não têm deficiência, mas também para as que têm, enfim, para criar um mundo onde a inclusão seja uma coisa natural”.

Mônica disse que a publicação, que vem acompanhada de um CD, não deve ser confundida com o audiolivro, em que uma pessoa lê a história para outros. Na audiodescrição, todas as imagens são descritas de forma a serem compreendidas pelas crianças com deficiência visual. É descrito aquilo que compreendemos visualmente e que não está contido nos diálogos, como expressões faciais e corporais.

“As ilustrações do livro, de Hugo Serra, estavam ficando tão bonitas que era necessário ir um pouco além”. A ideia de audiodescrição é da especialista Lívia Maria Villela de Mello Motta. “A gente estava fazendo um livro sobre inclusão, onde a criança com deficiência visual poderia saber a história, mas não poderia ver, foi quando a professora Lívia sugeriu a audiodescrição. Ela disse que não tinha conhecimento de nenhum livro infantil com audiodescrição. Esse é o primeiro”.

Simplesmente diferente é uma coletânea de sete historinhas rimadas, inspiradas em pessoas reais e ensinam a enxergar a diversidade com mais naturalidade. O livro é editado pela J.J Carol e pela Fundação Stickel.

No Brasil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 16,5 milhões de pessoas com deficiência visual total e parcial.

A atriz Roseli Behaker Garcia inspirou uma das histórias de Simplesmente Diferente: Que nem Pipoca!, onde tia Rô não pode enxergar e mesmo assim vive no palco a atuar. “A Mônica quis dizer para as crianças que é possível trabalhar em grupo e que cada um, com sua diferença, pode ter uma função no grupo que está. Ela faz uma analogia da pipoca, que é milho e tem que conviver com a transformação.”

Roseli diz que a ideia da escritora de fazer histórias com pessoas do cotidiano, que têm uma deficiência, é uma grande iniciativa. “O fato dela ter lembrado de mim em uma das histórias me deixou muito feliz. “

Mônica explicou que o motivo do livro, a inclusão, tem funcionado com suas filhas. “Para elas é natural, tanto a cadeira de roda, quanto as pessoas com deficiência visual ou qualquer outro tipo”.

Fonte: Correio do Brasil

+ sobre o tema

Enem 2024: quase 10 mil inscritos têm mais de 60 anos

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024...

Unilever cria a Escola de Marketing Antirracista para acelerar o impacto na diversidade 

Promover uma transformação significativa nas práticas internas da empresa,...

Como usar as notas do Enem para entrar em faculdades no exterior

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), criado em...

Enem 2024: saiba quem pode pedir a reaplicação do exame

Os participantes que faltaram ao primeiro dia de provas...

para lembrar

Caixa cria ‘teto’ de 3,5% para juros de financiamento estudantil

Mudança foi definida pela Lei 12.202, de 14 de...

Alunos de sociologia da FFLCH preparam conteúdo para o ensino médio

Em maio de 2006, uma resolução do Conselho Nacional...
spot_imgspot_img

Serrapilheira lança dois novos editais de R$ 8,4 milhões para apoio a jovens cientistas

O Instituto Serrapilheira lança nesta sexta-feira (29) duas novas chamadas públicas de apoio a jovens cientistas do Brasil. O investimento dos editais totaliza R$ 8,4 milhões, a...

Enem 2024: quase 10 mil inscritos têm mais de 60 anos

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2024 tem 9.950 participantes maiores de 60 anos, o que representa 0,23% do total de 4.325.960...

Unilever cria a Escola de Marketing Antirracista para acelerar o impacto na diversidade 

Promover uma transformação significativa nas práticas internas da empresa, com ações cada vez mais afirmativas, ao mesmo tempo em que busca impactar de forma...
-+=