Lula inicia “despedida” da África e encontrará Dilma em Seul

Presidente viaja nesta segunda e visitará fábrica de remédios em Moçambique

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja nesta segunda-feira (8) a Moçambique, em sua última visita a um país africano durante seu mandato. Lula foi o presidente brasileiro que mais visitou o continente. Já a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT) viajará para a Coreia do Sul, onde deve encontrar Lula nesta semana para a reunião do G-20, grupo de países desenvolvidos e principais emergentes.

Na terça-feira (9) e na quarta-feira (10), Lula estará em Maputo, a capital de Moçambique, onde se reunirá com as principais autoridades do país e com empresários das duas nações. Ele também visitará uma fábrica de remédios que está sendo construída com a ajuda brasileira.

O secretário de imprensa da Presidência, Carlos Villanova, disse se tratar da despedida de Lula da África.

– Do ponto de vista simbólico, Moçambique é provavelmente o país africano mais propício para esta ocasião. Nos últimos oito anos, as relações com Moçambique intensificaram-se muito em função da renovada prioridade que a política externa brasileira concedeu ao continente africano.

Lula ampliou significativamente a presença diplomática brasileira no continente e atualmente o país tem embaixadas em 34 nações africanas, o que permitiu ao Brasil ampliar significativamente o comércio com a África, aumentar a influência na região e facilitar a entrada de empresas brasileiras no continente, entre elas a Petrobras, a Vale e a Odebrecht.

O comércio entre Brasil e os países africanos saltou de cerca de US$ 5 bilhões em 2003, quando Lula assumiu o governo, para US$ 29 bilhões no ano passado. A crescente troca tornou a África a quarta maior parceira comercial do Brasil.

Lula também pôs em andamento um projeto para construir no Brasil uma universidade destinada a estudantes brasileiros e de nações de língua portuguesa na África. A Unilab (Universidade Federal da Integração Luso-Afro-Brasileira), segundo as previsões do governo, começará a funcionar no ano que vem em Fortaleza, que foi a primeira cidade que aboliu a escravidão, cinco anos antes da sanção da Lei Áurea, que a extinguiu definitivamente em 1888.

A prioridade dada ao continente africano também se traduziu em importantes projetos de cooperação e na abertura de escritórios da Embrapa na África. A cooperação também foi estendida à área da saúde e tornou viável o projeto pelo qual a Fiocruz está ajudando Moçambique a montar uma fábrica de remédios contra a Aids com equipamentos doados pelo Brasil.

Segundo Villanova, Moçambique é o principal beneficiado da cooperação brasileira no mundo depois do Haiti. Em sua última visita a um país africano, Lula se reunirá em Maputo com o primeiro-ministro de Moçambique, Aires Ali, e com o presidente, Armando Guebuza, assim como com um grupo de empresários dos dois países.

G-20

Lula chega a Seul na quinta-feira (11), onde participará até sexta (12), ao lado de Dilma, da reunião de cúpula do G20. Convidada oficialmente pelo governo coreano, a presidente eleita será parte da comitiva e poderá participar de todos os eventos oficiais do encontro.

Dilma não viajará para Coreia do Sul no avião do presidente. Ela irá a Seul em voo comercial, acompanhada do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de assessores.

Não é a primeira vez que um presidente eleito acompanha seu antecessor em encontros internacionais. Em 1994, o então presidente eleito Fernando Henrique Cardoso integrou a comitiva do presidente Itamar Franco à 1ª Cúpula das Américas, em Maimi (EUA). É comum a participação do presidente eleito nesse tipo de evento como forma de preparação do novo governo.

A cúpula do G-20 discutirá a economia global e o marco para o crescimento forte e equilibrado, com foco na tentativa de conter uma guerra cambial, a desvalorização de moedas com objetivo de facilitar exportações.

Fonte: R7

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