Manifesto do coletivo nacional ENEGRECER ao Fórum Social Temático 2014

 

 

 

Walmyr Jr

O Coletivo Nacional de Juventude Negra ­ ENEGRECER  é  um  movimento,  de  âmbito Nacional, que se constitui como espaço autônomo de articulação e formação política, anti­capitalista, anti­racista, anti­patriarcal, não homo/les/transfóbica objetivando organizar jovens negros e negras e efetivar cidadania da juventude negra brasileira.  Constituímo-nos hoje como parte integrante desta importante trajetória marcada por incansáveis períodos de lutas e participação política que teve início no processo de resistência negra ao regime escravocrata chamado de movimento negro brasileiro.

Estamos no Fórum para debater:

•  Luta pela Liberdade.

•  Combate ao Racismo.

•  Protagonismo Juvenil.

•  Soberania Popular.

•  Desmilitarização da Polícia Militar

•  Internacionalismo

•  Genocídio da Juventude Negra

O Racismo é uma questão estruturante das relações de poder no nosso país. Ele não se dá apenas pela questão biológica em si, mas nas relações sociais estabelecidas sob esta ótica, ou até mesmo justificadas pela visão fenotípica.  O debate racial ganhou visibilidade no último período, devido a entrada deste na  agenda  política  do  país.  As superestruturas estão organizadas para garantir a ordem vigente: Capitalista, Machista, Racista. Porém no último período, elas estão sendo questionadas.

A própria democracia racial, está fadada ao fracasso teórico, pois o reacionarismo e o preconceito racial se acendem no momento em que se tem novos modos de distribuição de renda, demarcações de terras quilombolas, acesso à  educação,  cotas  raciais.  Essas políticas públicas mexeram nas estruturas que mantém o sistema  funcionando.  Causaram um impacto inclusivo da população negra em espaços que lhe foram negados até pouco tempo atrás. Derrubar paradigmas é o grande desafio.

A Revolução Democrática pretende destruir a ordem vigente a partir da construção de nova consciência política de negros e negras e da sociedade como um todo. Para isso precisa de políticas que confrontam modelos e formas de ensinar e o que ensinar.

Novas  leis  que  obrigam  a  ensinar  História  da  África,  por  exemplo,  trazem  novos questionamentos  ao  papel  da  Escola  e  da  Universidade,  que  foram  estabelecidas  para  manter  o sistema capitalista, racista funcionado e reproduzindo um ensino eurocêntrico.

Quando se faz um gráfico da situação econômica do Brasil, é muito nítido ver quem é a população  com  menor  renda,  piores  salários  e  piores  postos  de  trabalhos.  São as  mulheres,negros/as e jovens da periferia.

Isso é reflexo do mundo capitalista, machista e racista que vivemos. Estes são impossíveis de serem superados dentro de uma sociedade capitalista, que tem como regra básica a exploração e o lucro. Para superá-los precisamos destruir o Capitalismo. Sem isto não conseguiremos avançar.

Um Mundo onde haja opressão, independente da forma, ele não nos serve. Não existe a civilização do amor onde há Racismo, Machismo e a Homofobia!

Saudações enegrecidas à todas e todos que lutam por um outro mundo possível. Estamos nas tarefas nacionais com atividades no Fórum Mundial Social Temático que acontece entre os dias 23 e 26 de 2014 em Porto Alegre – RS.

* Walmyr Júnior Integra a Pastoral da Juventude da Arquidiocese do Rio de Janeiro e cursa história na PUC. Representou os jovens no encontro com o Papa Francisco em sua visita ao Rio.

 

 

Fonte: Jornal do Brasil

 

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