Marcha Nacional das Mulheres Negras promove encontro com comunicadoras em SP

Enviado por / FontePor Beatriz de Oliveira

Na terça-feira (01), lideranças da segunda Marcha Nacional das Mulheres Negras se reuniram com jornalistas e comunicadoras negras da cidade de São Paulo (SP) com o objetivo de pautar as reivindicações do movimento e a melhor forma de comunicá-las à população brasileira. 

A manifestação está programada para o dia 25 de novembro deste ano sob o lema “Reparação e Bem Viver”. O movimento acontece uma década depois da primeira Marcha, que reuniu cerca de 100 mil mulheres negras em Brasília (DF). “Esse encontro é um chamado para que todas nós nos responsabilizemos enquanto comunicadoras a disseminar a construção da Marcha das Mulheres Negras”, afirmou Natalia Carneiro, coordenadora de Comunicação Institucional em Geledés. 

A jornalista e doutora em Comunicação Rosane Borges, convidada para uma fala sobre conjuntura política para as participantes, pontuou que a comunicação é um dos princípios da mobilização. “Nós, comunicadoras, temos um papel fundamental. Quando dizemos que já estamos em marcha, deflagramos um processo comunicativo de troca de informações, reflexões, práticas e metodologias em que anunciamos esse novo mundo, dizemos que o Bem Viver é uma plataforma política que reimagina o presente e o futuro”, disse.   

Juliana Gonçalves, integrante da Marcha das Mulheres Negras SP e da equipe de Comunicação da Marcha Nacional, pontuou que 2015 deixou legados como o fortalecimento do debate sobre democracia representativa; o aumento da participação das mulheres negras brasileiras nos espaços globais de incidência política; a produção de narrativas e estratégias contra o conservadorismo, o fascismo e ações anti-democráticas; a ampliação do movimento de mulheres negras e o anúncio do projeto de sociedade centrado no Bem Viver para toda a população brasileira.

“Trata-se da continuidade da luta política e organizativa das mulheres negras e todas nós fazemos parte disso. A Marcha não é um momento específico, é a ampliação da luta antirracista, a conscientização de novas mulheres”, disse a jornalista. 

Entre as razões para uma segunda marcha nacional, estão: impacto nas políticas públicas e na agenda nacional, apresentação do projeto político das mulheres negras, valorização da diversidade, além do exemplo de organização e mobilização cívica. 

Todas as comunicadoras presentes no encontro receberam uma cartilha com orientações para a cobertura do ato. Entre as recomendações estão a necessidade de explicar os conceitos de Bem Viver e Reparação, contar histórias de mulheres diversas que constroem a Marcha e inserir a Marcha ao tratar de assuntos como segurança pública, juventude negra, economia, cultura e educação. 

Para receber releases, agendas e atualizações sobre o movimento, comunicadores podem escrever para o email [email protected].

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