Marta Suplicy rebate Maria Rita Khel em polêmica sobre verba para moda

A ministra da Cultura, Marta Suplicy, rebateu nesta quarta-feira (4) as críticas feitas pela psicanalista Maria Rita Kehl por ter autorizado o uso da Lei Rouanet para apoiar desfiles de moda no exterior. Maria Rita afirmou em uma carta que o Ministério está deixando a cultura à míngua e incentivando a alta costura.

Em reposta à pergunta da JOVEM PAN , no Programa Bom Dia Ministro, Marta ressaltou que existe muita desinformação sobre o uso dos recursos de sua pasta. “Essas criticas são plantadas, principalmente vindo da Maria Rita Khel. Ela tem uma cabeça ótima e deveria ter uma melhor informação. Não estamos deixando à míngua nada. Sei lá porque as pessoas acabam pensando(…) Não tem informação para falar a verdade”, disse Marta.

“Acredito que o importante nesse negócio da moda é que criou uma discussão interessante. As pessoas que nunca pensaram que poderiam concorrer a Lei Rouanet, agora descobriram que podem. Eu nem tinha pensado em colocar moda na Lei Rouanet. Em dezembro, quando os costureiros me procuraram para fazer desfile no exterior, eu disse: ‘olha o ministério não tem recurso para fazer isso. Vocês precisam entrar na Lei Rouanet e captar patrocínio’. Eles tentaram entender e viram que era difícil participar porque o único lugar em que eles poderiam entrar era no artesanato. Aí nós criamos alguns eixos para abrir para a moda. O primeiro eixo é a internacionalização, depois tudo que for tradição e simbolismo brasileiro na questão de moda, em seguida a preservação de acervo e a outra formação de estilista”, justificou.

No mês passado, a ministra da Cultura Marta Suplicy autorizou a captação de recursos por meio da renúncia fiscal para desfiles de moda de três estilistas brasileiros. Os criadores autorizados a captar cerca de R$ 7 milhões via Lei Rouanet foram Pedro Lourenço, Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga.

“Abrimos um campo novo para o Brasil todo. E se tiverem outras áreas que não têm, venham conversar. Nós temos interesse em agregar e não descriminar. Agora, a gente sabe que tudo que você faz de novo têm críticas (…) Depois todo mundo aceita, foi assim também no programa da TV Mulher”.

Marta relembrou ainda outros projetos aprovados pela Lei Rouanet para justificar o caráter social do programa. “O Ministério tem muito pouco recurso. E o recurso que nós estamos fazendo é direcionado exatamente para a inclusão social. A própria Lei Rouanet quando nós percebemos que ela possibilitava pouco acesso aos negros, nós criamos editais especiais. Dois mil e setecentos projetos chegaram da comunidade negra ao Ministério. Depois nós fizemos projetos para mulheres, ciganos e índios. A Funart têm editais para todas as áreas com contemplação grande. É uma prioridade do Ministério realmente a inclusão social”.

 

O que mancha a imagem do Brasil no exterior não é a falta de alta costura, por Maria Rita Kehl

 

 

Fonte: Jovem Pan

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