CRISTINA F. PEREDA
O jogador do Missouri foi selecionado na sétima e última rodada do ‘draft’ pelos St. Louis Rams
Michael Sam se converteu neste sábado no primeiro jogador homossexual da NFL. O defensive back do Missouri foi selecionado na sétima e última rodada do draft pelo St. Louis Rams, um feito comemorado pelo presidente Obama como “um passo importante no caminho da nação”.
Sam já fazia história no último mês de fevereiro, quando declarou sua homossexualidade em uma entrevista ao jornal The New York Times. Aquela conversa, fruto de uma cuidadosa estratégia de relações públicas, deixou em dúvida se a Liga Nacional de Futebol americano estaria preparada para contar com um jogador homossexual em suas filas.
“Obrigado ao St. Louis Rams e a toda a cidade”, escreveu o jogador no Twitter depois de entrar no lugar 249 do draft. “Sabia que iam me selecionar a qualquer momento e, para cada equipe que me deixou passar, já pensei em como vou derrubar seus quarterbacks”.
A escolha de Sam demonstrou que a liga está pronta, já que sua rejeição pelas principais equipes poderia ter aberto uma crise na NFL, revelando sua falta de sincronia com uma sociedade que nos últimos anos deu uma guinada em seu apoio aos direitos dos homossexuais.
“O presidente parabeniza Michael Sam, os Rams e a NFL por darem um passo tão importante no caminho desta nação”, afirma o comunicado da Casa Branca emitido depois da seleção do jogador. “Do campo de jogo até as salas de reunião, os norte-americanos LGBT demonstram a cada dia que devemos ser valorizados pelo que fazemos, não por quem somos”.
Sam, de 24 anos, afirmou depois de ser escolhido pelos Rams que pensou que isso aconteceria em rodadas anteriores, mas se alegra que o St. Louis tenha contado com ele. “Estou orgulhoso de onde estou. Sinto-me como [Jadeveon] Clowney, o primeiro do draft”.
O contrato do novo jogador dos Rams também foi celebrado por Jason Collins, o primeiro jogador na ativa da NBA a revelar publicamente sua homossexualidade. Collins também se converteu no começo do ano no primeiro a competir, neste caso com os Brooklyn Nets. Neste domingo, ele compartilhava em uma entrevista para ESPN sua felicidade pela seleção de Sam. “Alegro-me de que seu sonho se realize e que ele tenha a oportunidade de fazer parte dessa equipe. Desejo a ele o melhor”.
Collins, cuja escolha também recebeu o respaldo da Casa Branca, afirmou que “é preciso mais e mais pessoas para que se dê um passo adiante, para que se demonstrem que [os homossexuais] são pessoas normais que simplesmente querem jogar para que seus times ganhem”. O jogador acrescentou ainda que é “um grande dia” para a NFL.
A Liga ainda não emitiu um comunicado em reação ao contrato de Sam, mas em fevereiro declarou que admirava “a honestidade e o valor” do jogador. Ele assegurou em uma entrevista que entraria para a história e que não tinha medo de quem é e que já havia revelado sua homossexualidade a seu treinador e a colegas em Missouri. “Não me dá medo dizer. Eu sou Michael Sam. Sou afro-americano e sou gay”. Se no próximo 7 de setembro ele entrar em campo, poderá acrescentar uma frase mais. O primeiro homossexual a competir na NFL.
Fonte: El País