Imagem retirada do site El País “Resistência é aquilo que, como mulheres, como negros vivenciamos. Minha avó é uma grande resistente. Ela não é menor que o Martin Luther King ou que a Angela Davis. Ela também pavimentou a minha trajetória”, enuncia firme Ana Flauzina para explicar os caminhos que guiam sua vida como acadêmica e como documentarista, entre a resistência e o debate na militância do movimento negro. “É por isso que estamos aqui porque as pessoas resistiram e resistem aos sistemas de opressão. A militância é a resistência politizada, é a rebeldia”, seguiu a professora do Departamento de Educação da UFBA e doutora em direito pela American University.
Na semana que passou, o EL PAÍS conversou em sua ferramenta de tempo real do Facebook com Flauzina, que lançou em São Paulo o documentário Além do espelho que estabelece uma ponte entre os movimentos negro no Brasil e nos EUA ao jogar luz no pensamento e nas trajetórias do jornalista brasileiro Edson Cardoso e do cineasta etíope radicado nos EUA, Haile Gerima.
Na entrevista ocorrida na terça-feira, e disponível na íntegra no vídeo acima, Flauzina explicou sua motivação para conciliar a sala de aula e os artigos acadêmicos com a experiência de fazer um média: queria promover diálogo e difusão de ideias – “Um cara como Haile Gerima, que é um dos mais importantes cineastas independentes da história, tem uma obra quase desconhecida por aqui” – e, ao mesmo tempo, ter um produto que pudesse ser levado às salas de aulas, aos centros comunitários, às prisões. “A plataforma do movimento negro salva vidas. Salvou a minha e a de várias pessoas que eu acompanho. Eu digo que é um encontro empoderado com esse espelho. É um poder ser , de fato, apesar das entranhas do racismo”, disse.
Deixe um comentário abaixo, sua contribuição é muito importante.