Minicurso aborda os efeitos do racismo nos sujeitos

Na última quarta-feira(11), o Conselho Regional de Psicologia Pará e Amapá, por meio do Grupo de Trabalho de Psicologia e Relações Raciais (CRP10), promoveu o minicurso “Os efeitos psicossociais do racismo”, com a professora da Universidade de São Paulo, Dra Lia Vainer. O evento foi promovido no auditório do CRP10, e contou com a participação de psicólogas(os), pedagogos, estudantes de graduação e interessados na área.

Os participantes puderam compreender como se desenvolve o racismo naqueles que são afetados por ele. Segundo Lia, isso acontece porque o conceito de raça criado no século XIX, usado para justificar a escravidão, ainda está funcionando até os dias atuais.

Isso envolve as definições de raça que ultrapassam as características físicas e promovem uma correlação aspectos positivos e negativos da dita “raça”. No Brasil, considera Lia, comumente se liga aspectos negativos aos negros e positivos aos brancos. “Quando se fala alguma característica positiva do negro é com relação ao corpo ou as habilidades com música e dança”, afirmou.

Dessa forma o racismo apresentaria três elementos: a discriminação, o estereótipo e o preconceito. Todos ligados a uma forma pré-estabelecida de pensar no sujeito. Ela aponta que, no país, existem diversos mecanismos pelo qual o racismo se apresenta em todas as instituições brasileiras.

Em algumas pesquisas ela pôde perceber que nos serviços de saúde, por exemplo, negros recebem menos quantidade de medicamentos e anestesia, por conta daquele pensamento de que “negros seriam mais fortes e sentiriam menos dor”. Outra forma de manifestação de racismo fica evidente no mercado de trabalho com a preferência de pessoas brancas e com padrão europeu.

“O importante para nós psicólogos é sabermos identificar o sofrimento social causado pelo racismo e nunca podemos olhar para aquele indivíduo achando que ele é paranoico, que se sente perseguido. Esse sofrimento é real e histórico”, alertou Lia.

Para ela, enfrentar o racismo é algo que tem que ser diário e fazer parte da vida da pessoa em todos os momentos. “Importante que os psicólogos pensem nisso no atendimento, porque este é um sofrimento que atinge grande parte da população”, disse. A professora acredita que o tema deva estar transversalizado sendo trabalhado em todas as áreas da psicologia.

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Fonte: CRP10

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