Ministério pede explicações da PUC-Rio sobre casos de racismo

Um reunião da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Ministério dos Direitos Humanos) com a reitoria da PUC-Rio foi marcada parar apurar casos de racismo durante os Jogos Jurídicos, em Petrópolis. Alunos da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro teriam praticado, por mais de uma vez, crimes de injúria racial. Secretaria critica postura passiva da Universidade.

Do  

Ato de protesto promovido pelo Coletivo Nuvem Negra. Foto: Reprodução/Instagram.

De acordo com Juvenal Araújo, secretário nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, a passividade da PUC-Rio diante dos casos de racismo é grave. O secretário afirma que perda de pontos nos Jogos foi uma punição simbólica e não à altura dos crimes cometidos. “Todos os crimes de racismo devem ser punidos com penas que sirvam de medida reparatória e exemplar para toda sociedade brasileira”, destacou.

O ministro dos Direitos Humanos, Gustavo Rocha, reforçou a importância de denúncias de casos de racismo. “Nossos canais de denúncia – Disque 100 e Proteja Brasil – estão a inteira disposição da sociedade para o registro dessas e de outras violações de direitos. Ainda estamos longe do ideal de respeito à cultura afro-brasileira, mas vamos intensificar nossas ações a fim de eliminar a chaga do racismo que lamentavelmente persiste em nossa sociedade”, explicou.

Entenda o caso

Durante os Jogos Jurídicos, de 31 de maio até 3 de junho, a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio, uma das faculdades privadas mais ricas e bem conceituadas, protagonizou, por três vezes, situações de racismo. A primeira delas foi no dia 2 de junho, após a partida de futebol, quando uma integrante da torcida arremessou casca de banana em um atleta negro da Universidade Católica de Petrópolis, UCP. No dia seguinte, o crime voltou a ocorrer depois da final do basquete masculino: torcedores da PUC-Rio imitaram macacos diante de torcedores negros da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Uerj. Mais tarde, estudantes da mesma universidade chamaram uma atleta de handebol da Universidade Federal Fluminense, UFF, de macaca.

+ sobre o tema

Júri absolve policial acusado pela morte de Breonna Taylor nos EUA

Um júri absolveu nesta quinta-feira (3) o único policial...

Evaldo Lima quer discutir o racismo no futebol

  Em pronunciamento na manhã desta terça-feira, 19, o vereador...

‘Vitória’, diz ministra Anielle Franco sobre IBGE apontar maioria da população parda

Na tarde desta sexta-feira (22), a ministra da Igualdade...

Mantida condenação de colunista de jornal pelo crime de racismo contra índios

A 2ª Turma Especializada do TRF-2ª Região, por unanimidade,...

para lembrar

Funcionários de papelaria sofrem com racismo

Três funcionários de uma papelaria na avenida Bento Gonçalves...

Entrevista com Raull Santiago: A violência nas favelas brasileiras

Conteúdo publicado originalmente na revista I Amnesty, da Anistia Internacional...

Procuradora aceita denúncia de partido contra Bolsonaro e direção da Hebraica do Rio

Procuradora aceita denúncia de partido contra Bolsonaro e direção...

O Esporte, o racismo e os estereótipos

Filme que marcou época nos anos 1990, principalmente na...
spot_imgspot_img

Jovens negros carregam traumas de reconhecimento fotográfico injusto

Em 2018, o porteiro Carlos Alexandre Hidalgo foi a uma delegacia para registrar um boletim de ocorrência por conta de um crime virtual que...

Casos de racismo aumentaram no futebol brasileiro; veja relatório

O Observatório da Discriminação Racial no Futebol divulgou nesta quinta-feira (26) o 10º Relatório da Discriminação Racial no Futebol, que é baseado em dados de 2023....

Protagonismo brasileiro no debate internacional sobre encarceramento feminino

"Lutar pelo desencarceramento, pela redução do sofrimento e pela garantia de direitos de mulheres cis e trans em privação de liberdade." A missão da...
-+=