Morreu, nesta segunda-feira (30), Wanda dos Santos, a segunda brasileira negra a representar o país nos Jogos Olímpicos, em Helsinque 1952. Ela tinha 93 anos de idade. O velório está marcado para terça-feira (01), de 10h às 14h, no Cemitério São Pedro, na Vila Alpina, em São Paulo.
Wanda foi internada na última quarta-feira por complicações da diálise. Ela teve uma infecção sanguínea aliada à desidratação severa e não resistiu.
A paulista Wanda dos Santos representou o Brasil em duas Olimpíadas, nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, em 1952, onde quebrou o recorde sul-americano da corrida de 80m com barreiras, e em Roma 1960. No Pan de Buenos Aires de 1951, conquistou a medalha de bronze no salto e repetindo o desempenho quatro anos depois, nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México, em 1955, nos 80m com barreiras. Na mesma prova, Wanda também faturou a prata no Pan de Chicago, em 1959, e o bronze no Pan de São Paulo, em 1963.

Wanda foi a maior medalhista do Troféu Brasil, criado em 1945. Ela conquistou 48 ouros na competição, entre 1946 e 1966, em diversas modalidades.
– Era uma lenda, faz parte da história do atletismo nacional. Disputou dois Jogos Olímpicos, foi companheira de treinamento de Adhemar Ferreira da Silva e a maior campeã do Troféu Brasil de Atletismo. Sempre fui fã da dona Wanda, pessoa com a qual tive o prazer e o privilégio de compartilhar minha amizade. Ela foi exemplo, inspiração, história, o melhor do atletismo – declarou Wlamir Motta Campos, presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBat).
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) emitiu uma nota de pesar na tarde desta segunda-feira, lamentando o falecimento da ex-atleta.
– Neste momento de profunda tristeza, o Comitê Olímpico do Brasil expressa suas sinceras condolências aos familiares, amigos e admiradores de Wanda dos Santos. Sua memória permanecerá viva na história olímpica brasileira, inspirando futuras gerações de atletas.