Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgado nesta terça-feira (1º) em um evento na sede em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, indica que mulheres negras têm câncer de forma mais agressiva do que mulheres brancas.
Segundo a pesquisadora Sheila Lima, a incidência entre a população negra chega a quase o dobro do que pacientes brancas, e é o primeiro grupo que mais morre vítima da doença.
“A gente tem uma população miscigenada e nosso objetivo era entender se morrem mais mulheres negras do que brancas por câncer. A gente percebeu que sim e o subtipo mais agressivo da doença acomete mais mulheres negras, é quase o dobro”, explica ela.
Alguns fatores estão sendo investigados como possíveis gatilhos para essa estatística, entre eles estão o baixo acesso à saúde básica, a alimentação mais precarizada e a falta de exercícios físicos ao longo da vida. A pesquisa segue em andamento.
“A gente está começando a investigar alguns motivos, como o acesso à saúde, que exposições e hábitos podem contribuir. A população negra é colocada em uma posição que dificulta o acesso a direitos básicos, elas consomem mais ultraprocessados e têm mais obesidade por isso, o que é um fator de risco para o câncer de mama”, conclui a pesquisadora.