Mulheres são 96% das vítimas de tráfico internacional de pessoas, diz pesquisa

Levantamento de CNJ e UFMG será apresentado na segunda-feira (5) durante evento sobre o tema

O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e a OIM (Organização Internacional para as Migrações) vão lançar na segunda-feira (5) uma pesquisa que mostra que as mulheres correspondem a 96,36% das vítimas de tráfico internacional de pessoas, geralmente com a finalidade de exploração sexual.

Realizada pela Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas da Faculdade de Direito da UFMG, em parceria com o CNJ, a pesquisa concluiu que mulheres foram apontadas como alvos de criminosos em 688 ações penais na Justiça brasileira.

Em 144 processos, a pesquisa identificou 714 vítimas, das quais 688 são do sexo feminino e apenas 6 do masculino (0,84%). Nos demais casos, as decisões judiciais não informaram o gênero.

Entre as vítimas, 614 são brasileiras (85,99%); 44 (6,16%), estrangeiras, e, nos demais casos, não foi possível identificar a nacionalidade.

O Brasil é indicado como o único país de origem das vítimas em 92,36% dos processos, o que corresponde a 133 ações penais. Nas demais, foram mencionados Paraguai, Argentina, Bolívia, Haiti e Alemanha.

A Espanha é o país que mais recebe as vítimas traficadas do Brasil, tendo sido o destino pretendido em 82 processos (56,94%). Em segundo lugar, aparecem Portugal e Itália, países escolhidos para o envio de vítimas em 14 processos. São ainda citados Suíça, Suriname, Estados Unidos, Israel, Guiana, Guiana Francesa, Holanda e Venezuela.

Nas ações analisadas com decisão em segunda instância, a pesquisa encontrou 350 réus, dos quais 194 são mulheres e 156 homens. No total, 121 pessoas foram condenadas por todos os crimes denunciados e 70 por pelo menos uma das acusações.

Outros 120 réus foram absolvidos de todos os crimes a eles imputados. Para quatro réus, o processo foi extinto sem resolução do mérito, e para dois, não foi possível saber o resultado.

A pesquisa constatou que a média de duração dos processos estudados é de 3.966 dias, o que corresponde a 10 anos, 10 meses e 16 dias (desprezando-se, nesse cálculo, os processos não transitados em julgado).

No evento de lançamento da pesquisa, com o título “Juntos contra o tráfico de pessoas e o trabalho escravo contemporâneo”, também será exibido o filme Pureza, baseado na história real de Pureza Lopes Loyola, mãe que lutou para livrar o filho do trabalho escravo.

+ sobre o tema

16ª Parada LGBTI+ de Maceió acontece com expectativa de 40 mil participantes

Além do combate a homofobia, a parada deste ano...

A potência de Adelir – Por: ELIANE BRUM

Que dogmas tão profundos a gestante de Torres feriu...

Entidades se manifestam contra o ‘BBB 12’ nesta sexta

Mesmo com a Rede Globo garantindo que o caso...

Ser Negra no Brasil é (muito) F#%a

Ser Negra no Brasil Da atriz Juliana Alves à ministra...

para lembrar

Brasil integrará conselho executivo da ONU-Mulheres

Brasil, Angola, Cabo Verde e Timor-Leste estão entre os...

Ana Maria Gonçalves, autora de “Um Defeito de Cor” vai lançar novo romance pela Editora Record

Ana Maria Gonçalves, depois de anos sem publicar, revela...

Dicotomia sexo x gênero

A noção da dicotomia sexo x gênero não é predominante apenas...

Protesto contra racismo Hospital das Clínicas de Goiânia

Cerca de 20 mulheres e homens do movimento negro...
spot_imgspot_img

Prêmio Faz Diferença 2024: os finalistas na categoria Diversidade

Liderança feminina, Ana Fontes é a Chair do W20 Brasil, grupo oficial de engajamento do G20 em favor das mulheres. Desde 2017, quando a Austrália sediou...

Dona Ivone Lara, senhora da canção, é celebrada na passagem dos seus 104 anos

No próximo dia 13 comemora-se o Dia Nacional da Mulher Sambista, data consagrada ao nascimento da assistente social, cantora e compositora Yvonne Lara da Costa, nome...

Mulheres recebem 20% a menos que homens no Brasil

As mulheres brasileiras receberam salários, em média, 20,9% menores do que os homens em 2024 em mais de 53 mil estabelecimentos pesquisados com 100...
-+=