Nobel da Paz é divulgado hoje em Oslo

Comité Nobel norueguês recebeu número recorde de candidaturas, 241. Movimentos e personalidades associadas à “Primavera Árabe” estão entre os grandes favoritos segundo a imprensa.

A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, a também liberiana Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkol Karman, figura de liderança da “primavera árabe”, receberam neste sábado, em Oslo, o prêmio Nobel da paz, concedido a elas por destacarem o papel das mulheres na resolução de conflitos.

“Vocês representam uma das forças motrizes mais importantes da mudança no mundo de hoje: a luta pelos direitos humanos em geral e a das mulheres pela igualdade e a paz, em particular”, declarou o presidente do comitê Nobel, Thorbjoern Jagland, durante a entrega do prêmio.

Os nomes delas já havia sido anunciado pelo comitê do Nobel no dia 7 de outubro – uma concessão histórica – “por sua luta pacífica em favor da segurança das mulheres e de seus direitos de construir a paz”.

Durante entrevista à imprensa, no Instituto Nobel, na sexta-feira, as laureadas prestaram homenagem a todas às mulheres que, segundo elas, não são apenas vítimas de conflitos, mas que também contribuíram de maneira decisiva para a sua solução.

“O tempo no qual as mulheres se apresentavam como vítimas chegou ao fim. Elas agora estão na liderança, na direção, não apenas de seus países, mas do mundo”, declarou Tawakkol Karman.

Primeira mulher árabe a receber o Nobel da paz, Tawakkol Karman, uma jornalista de 32 anos, foi uma das forças do movimento que pede, desde o início do ano, a saída do presidente iemenita Ali Abdallah Saleh, no poder há 33 anos.

Reeleita no mês passado, após ter sido a primeira mulher democraticamente designada à chefia de um país africano, em 2005, Johnson tenta, quanto a ela, curar as feridas de um país que mostra, ainda, as cicatrizes de 14 anos de guerra civil (1989-2003) durante a qual 250.000 pessoas morreram.

Depois da reeleição, ela confiou à compatriota Leymah Gbowee, também premiada, o cuidado de conduzir uma iniciativa de reconciliação nacional.

Dedicada a causas sociais, e se tornando “uma guerreira da paz”, Gbowee faz parte de um movimento pacífico de mulheres, que, com a ajuda de uma “greve do sexo”, contribuiu para pôr fim à segunda guerra civil, em 2003.

O prêmio Nobel consiste numa medalha de ouro, acompanhada por um diploma e um cheque de 10 milhões de coroas suecas (cerca de um milhão de euros) que elas vão compartilhar.

Os Nobel de literatura, química, física, medicina e ciências econômicas também serão entregues neste sábado, em Estocolmo.

Fonte: AFP

+ sobre o tema

para lembrar

APAN participa de audiência pública para debater futuro das políticas afirmativas no audiovisual

No próximo dia 3 de setembro, quarta-feira, a Associação...

Condenação da Volks por trabalho escravo é histórica, diz procurador

A condenação da multinacional do setor automobilístico Volkswagen por...

Desigualdade de renda e taxa de desocupação caem no Brasil, diz relatório

A desigualdade de renda sofreu uma queda no Brasil...

Relator da ONU critica Brasil por devolver doméstica escravizada ao patrão

O relator especial da ONU para formas contemporâneas de...

ECA Digital

O que parecia impossível aconteceu. Nesta semana, a polarização visceral cedeu e os deputados federais deram uma pausa na defesa de seus próprios interesses...

ActionAid pauta racismo ambiental, educação e gênero na Rio Climate Action Week

A ActionAid, organização global que atua para a promoção da justiça social, racial, de gênero e climática em mais de 70 países, participará da Rio...

De cada 10 residências no país, 3 não têm esgoto ligado à rede geral

Dos cerca de 77 milhões de domicílios que o Brasil tinha em 2024, 29,5% não tinham ligação com rede geral de esgoto. Isso representa...