Dia 20 de novembro é o dia da consciência negra, data especial para que todos possam se lembrar do sofrimento dos negros ao longo da história desde a época da colonização do Brasil. A data foi escolhida em razão da morte de Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares e, até lá serão promovidas várias festividades em todo o país.
No Minas sem Censura
Em Minas Gerais, na cidade de Sabará, foi realizado no dia 8 de novembro, o 1º Prêmio Afro Sabará. O objetivo foi homenagear pessoas que buscaram e buscam manter viva a cultura e tradições negras na cidade. A mentora do evento, jornalista e militante do movimento negro, Etiene Martins disse que o negro brasileiro está longe de ser respeitado em sua plenitude mesmo tendo adquirido avanços na sociedade. “Ainda estamos longe de vivermos em uma democracia racial. É preciso fazer valer o direito de praticarmos nossa cultura e religião. Muitos jovens negros ainda morrem como consequência do genocídio”, observou Etiene.
A todo momento são registrados casos de racismo envolvendo negros. Um dos mais recentes ocorreu durante o jogo do Cruzeiro no Peru, contra o Real Garcilaso. O volante Tinga foi hostilizado por parte do estádio, que reproduzia chiados de macacos sempre que ele pegava na bola. O caso ganhou repercussão. A presidente Dilma Rousseff deu todo apoio ao jogador.
Nos últimos 12 anos, foram registradas conquistas importantes no Brasil como a criação da Política Nacional de Atenção a Saúde Negra e a Juventude Viva. Os presidentes Lula e Dilma, em esforço conjunto, vem tentando construir um novo cenário em que todos, sem qualquer distinção, possuam direitos iguais.
A prova de que o atual governo tem tentado mudar o cenário de discriminação é a criação da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Esse combate a discriminação é feito também por meio do sistema de cotas. Atualmente 20% das vagas oferecidas em concursos públicos são para pessoas que se declaram negras ou pardas, o que amplia a presença dos negros nas esferas de poder. Existem ainda as cotas em universidades públicas, pois acredita-se que, em razão dos negros terem sido marginalizados após o período de escravidão, não conseguiram conquistar os mesmos espaços de trabalho que o homem branco.
Igualdade, correção de injustiças e construção de uma sociedade mais justa é o que reza a carta magna. Quem não sabe disso ainda, basta procurar e encontrará na Constituição Federal os fundamentos que precisa. Ao que tudo indica, a ideia da Constituição de 1988 era tornar esse país melhor e mais decente. Chega de leis que contemplem apenas às classes dominantes.