Novo canal de TV brasileiro tem 24 horas de conteúdo feito por profissionais negros

Enviado por / FonteO Globo, por Maria Fortuna

A data escolhida para a estreia não foi à toa: 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, no Brasil, dedicado à memória de Tereza de Benguela, importante líder quilombola. Agora, este dia marca também a entrada no ar do canal de TV Trace Brazuca (624 na Claro/NET, e 630, na Vivo), o primeiro da história do país com 24 horas de conteúdo produzido por negros. O lançamento acontece também em meio à urgência de importantes debates mundiais sobre direitos civis e visibilidade da população negra.

É aí que entra a questão da representatividade, uma das principais bandeiras do novo canal, que pretende potencializar as vozes negras.

— A gente fala de empoderamento por meio do entretenimento. Não queremos falar de dor, mas de conquistas e vitórias para mostrar que o negro é múltiplo, que existimos em muitas esferas e não queremos só falar de racismo — afirma Kenya Sade, chefe da programação. — Pretendemos contar a história de um perspectiva positiva na qual a mulher e o homem negros possam se ver em potência e excelência, visto que houve um apagamento histórico por anos e anos. Chegou a hora de contarmos nossas histórias em primeira pessoa.

E essa história é recheada de muita música, documentários e shows de diferentes gêneros da cena brasileira. A curadoria do Trace Brazuca promete contemplar artistas e movimentos culturais de diferentes regiões do país.

Além de conteúdo autoral, a grade do canal também é composta por programas veiculados pela Trace, multiplataforma de mídia e entretenimento, em países como Angola, França, Portugal e Moçambique.

Um dos destaques da programação é a a playlist “Djouba”, com os maiores hits africanos do momento. Tem também o “Trace+”, com uma seleção de documentários. Um deles é “História do Papa Wemba”, sobre a trajetória do cantor congolês. “Afrobeats, da Nigéria para o mundo”, que conta como o gênero musical influenciou artistas de diversos lugares, é outro exemplo.

+ sobre o tema

Kofi Annan e Didier Drogba lançam guia alternativo para a Copa

Koffi Annan (à esq.), prêmio Nobel de 2001, juntou-se...

Estrangeiros no próprio país: a história dos afroargentinos

Ativistas negros se organizam para combater a discriminação e...

Negro é lindo: a música como resistência

Especialistas afirmam que composições que exaltam a cultura negra...

Racismo e discriminação no rap de Kanhanga, angolano no Brasil

O músico, que vive no país sul-americano há oito...

para lembrar

Figuras históricas que muchos ignoran que son negras

General Thomas-Alejandro Dumas (1762-1806) Do Historia General de África Thomas-Alejandro Davy de la Pailleterie,...

Veja trecho de audição para ala de Beyoncé na Unidos da Tijuca

O bailarino Wagner Rodrigues publicou em sua página no Facebook...

Quilombolas denunciam desmatamento ilegal em sítio histórico na Chapada

Autoridades estão apurando um desmatamento ilegal de mais mil...
spot_imgspot_img

NÓS: O Poder das Mulheres na Construção da História

No dia 22 de agosto de 2024, o Sesc Interlagos abriu as portas para a exposição NÓS – Arte & Ciência por Mulheres, uma...

Nota de pesar: Hildézia Alves de Medeiros

Faleceu hoje Hildézia Alves de Medeiros, mulher, professora negra e nordestina, que foi uma figura icônica nas décadas de 1970 e 1980 no movimento...

Templo Espírita Ogum Megê passa a ser considerado Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro

O Templo Espírita Ogum Megê, em Vaz Lobo, na Zona Norte, agora é considerado Patrimônio Imaterial do estado do Rio de Janeiro. A iniciativa...
-+=