O Centenário Alviverde

Completa hoje 100 anos de história o Palmeiras, equipe que neste um século de existência obteve muitas glórias e ajudou ao futebol brasileiro tornar-se grande e reconhecido mundialmente como celeiro de craques e já nos anos 70 abria suas portas a pluralidade racial.

Assim, temos na extensa galeria de craques palmeirenses nomes como Oberdan Cattani, Valdir Joaquim de Moraes, Marcos, Veloso, Djalma Santos, Eurico, Luis Pereira, Djalma Dias, Valdemar Carabina, Beto Fuscão, o saldoso Vagner Bacharel, com quem tive o prazer de treinar na chacará do Clube Pequeninos do Jóquei quando ainda muleque, ainda jogadores como Junior, Roberto Carlos, seu Dudu, com quem muito aprendi na Central Brasileira de Cotia, em meados de 1992, César Sampaio, Mazinho e Zinho, Jorge Mendonça, Leivinha, Alex, Rivaldo, Djalminha, Ademir da Guia, Evair, Servilho entre outros tantos craques que passaram pela academia alviverde.

Nestes 100 anos de historia muitos foram os jogadores negros que passaram na academia confirmando a pluralidade existente no clube, tanto que o Palmeiras foi um dos primeiros clubes brasileiros a realizar bailes negros, com o intuito de COMBATER O PRECONCEITO, trazendo para seu palco artistas como JAMES BROWN.

O clube do salão de festas do Palmeiras naquela época ficou conhecido como Luizão, posteriormente virou o baile da CHIC SHOW, passando a ser reduto de negros e brancos, a estréia ocorreu em 1974, com show do Jorge Ben, no entanto como estes bailes ocorriam aos sábados, passaram a ser questionados, pois tratava-se do dia nobre nas noites paulistanas, mas estes questionamentos perderam força e passou por um longo período a ser considerado como uma fonte de renda extra para o clube.

Nos dias de hoje o racismo vem sendo debatido de forma mais aberta, admito por governos quanto a sua existência na sociedade e parte no cenário do esporte, sobretudo no futebol brasileiro e mundial. Portanto relembrar que o Palmeiras dentro dos seus 100 anos de história, além de grande atletas negros, brancos ou miscigenados, ainda abriu suas portas para eventos que promovia os negros e combatia o preconceito racial e o racismo, permite que tenhamos um olhar mais horizontal dentro do esporte e na vida, formando cidadãos mais iguais em nossa sociedade.

Que possamos comemorar mais 100 anos de história deste clube vanguardista já nos anos 70, com suas glórias do passado relembradas e na perspectiva de que muitas outras possam vir, com uma sociedade mais igual. Parabéns Palmeiras.

Por: Rodnei Jericó.

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