O Estatuto da Igualdade Racial, Os Pit Bulls do Dem/Seppir/Unegro

Por: Reginaldo Bispo-Coordenador Nacional de Organização do MNU

 

Há duas posturas de entidades/militantes negros que inviabilizam a reação de negras e negros as agressões da elite branca proprietária, capitalista e racista, com forte influencia nos governos estaduais e federal: 1. Há os que mentem; 2. E os que se omitem, ou se negam em denunciar a atitude dos primeiros, sob alegação de que isso provocaria a desunião entre os negros.

As mentiras e traições a muito vem sendo o motivo de desagregação e desorganização a muito tempo, pois partem da premissa de que o povo não pensa e as representações sabem, tem o direito de pensar, declarar e decidir o que é bom pra todos. Alguém perguntou alguma coisa pra você leitor?

Essa lógica das elites brancas racistas, das classes médias é agora defendida também pelos negros enfurnados em suas experienciais solitárias e individualistas no aparelho do estado. É preciso desmascarar a trama, limpar o terreno para o recomeço do MN brasileiro, desmascarando os tergiversadores e dando a Cesar o que é de Cesar.

Há menos de 02 dias, o Coordenador Nacional da Unegro, Edson França, escreveu maravilhas (que ninguém, exceto ele e sua trupe na Seppir vê) sobre o Estatuto da Igualdade Racial. Esbravejou acusando todos os contrários de “esquerdistas infantis e irresponsáveis”, “atrasados há 30 anos”, ao MNU “de organização sem massa aliada a direita” e outras atrocidades, que só podem sair da boca (ou do teclado) de quem entrou no desespero e na esclerose total, acusando os outros do que fizeram: São os Pit bulls do DEM, da Seppir e do governo.

Vamos descortinar então quem são os (i)responsáveis pelas praticas que impedem nosso povo a ter informação e avançar, saindo dessa armadilha que nos imobiliza para nos manter na ignorância e na servidão eterna. Quem na política e no MN se empavona remexendo suas vaidosas plumagens em busca de um acasalamento com a direita, o DEM?

Primeiro, limpando a área, é preciso que a Conen saia do Muro. O esforço que seus dirigentes fazem para apresentá-la como uma organização sem vínculos partidários com o PT e com o governo Lula, só aumenta a confusão e a desconfiança em todos, de que são exatamente o que negam. É preciso que esclareçam e publicizem se são contra ou a favor da sansão do estatuto, pelo presidente Lula. A Conen tem usado muita tinta pra pouco conteúdo.

01. Na verdade quem nunca participou das conquistas dos negros nestes 30 anos (a começar pela constituinte e depois dela), que hoje estão sendo abolidas pelo odiado Estatuto. Não estavam na Jornada do Negro pela Assembléia Constituinte na Unicamp em Campinas/1985, e na Convenção Nacional do Negro pela Constituinte em Brasília, em 1986. Ambas organizadas pelo MNU e muitas outras entidades, era a Unegro.

02. Uma das entidades (as outras foram os APN’s, o CNAB e a Intecab), que sem resistir ou lutar aceitaram o estatuto do DEM na Câmara de deputados, e que comemoraram como vitoria a aprovação do estatuto do Demóstenes Torres/Seppir/Edson Santos e Paim, foi a entidade do Sr. França.

03. O deputado efusivamente homenageado há duas semanas pela raivosa ruralista e pit Bull do DEM, a senadora Kátia Abreu, agradecendo o parecer sobre projeto de preservação ambiental que reduz de 30 para 07 metros a proteção das margens de rios e córregos(contra o qual estão os ambientalistas, os indígenas, os trabalhadores sem terra, os quilombolas e uma infinidade de setores populares e democráticos) defendido pela bancada ruralista, foi ninguém mais nem menos que Aldo Rabelo, ANTICOTAS declarado do PCdoB, do qual o Edson França é dirigente.

04. A entidade, entre outras, que travou o processo de construção do Conneb, provocando retrocessos da concepção do mesmo em Belém, para arrancar o apoio e legitimar o estatuto “possível”, contrários a pauta principal: o Projeto Político do Povo Negro para o Brasil e a Reparação Histórica e Humanitária, esvaziando e abandonando o congresso em Porto Alegre-RS, quando concluíram que o Conneb não serviria a seu objetivo, não foi outra Senão a mesma organização do Sr homônimo do ex-ministro da igualdade.

05. O staff do primeiro escalão da Seppir hoje é composto por membros e ex-menbros do PCdoB/Unegro; e do CNAB(PMDB/MR-8). Este time foi composto e deixado no ministério pelo ex-ministro Edson Santos (ele também ex-PCdoB). Se foi ele, o atual ministro e sua equipe que negociaram (negociaram não!, CAPITULARAM!) ao estatuto dos deputados do DEM e depois ao senador Demóstenes. Depois somos nós do MNU quem se alia a direita? Além de tergiversadores, a falsidade e a mentira são traços do caráter dessa gente.

06. Apostaram que o Movimento Negro e Social não tivesse competência de ir pra Brasília protestar por seus próprios meios, sem ajuda do governo. O tal staff da Seppir estava todo na Assembléia da Frente Nacional em Defesa dos Territórios Quilombolas, contra a ADI do DEM no STF, contra o genocídio da juventude negra, e pela não sanção do Estatuto, pelo presidente Lula. Todos declamaram o mesmo mantra-script que imprimem nas listas de seus porta-vozes: As vantagens do estatuto possível, os avanços que só eles vêem, tentando atribuir a todos que condenam o odioso estatuto, a pecha de idiotas. Não respondem de maneira alguma como um estatuto autorizativo, sem poder de lei, e sem verba orçada, vai beneficiar com políticas publicas a população negra?. As leis ordinárias impositivas com orçamento, e leis constitucionais (tipo, 10.639 e da Titulação dos remanescentes de quilombolas, Lei Caó) são manobradas, questionadas na justiça, e descumpridas? Porque os Unegrinos creditam tanta esperança nas letras de uma não lei? Só o sabujismo, as eleições e Freud explicam.

07. Precisam justificar o porquê do estatuto do DEMO/Seppir(Unegro/PCdoB/CNAB e clientelistas) fechar a porta preventiva e definitivamente a qualquer indenização por parte do estado, dos proprietários escravistas-ruralistas, e dos capitalistas, conforme prevê os acordos da Conferencia Contra a Discriminação Racial e Correlatas de Durban, aos quais o Brasil subscreve, com peso de lei constitucional, ou do decreto do executivo que estabelece a forma de titular as terras indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais, baseadas no artigo 169 da OIT, sob ADIN pelo DEM no STF, e sobre a qual os governistas fazem vista grossa, não a garantindo no estatuto.

08. Barram assim a Reparação das vitimas dos crimes de lesa-humanidade, pela colonização, seqüestro, comercio, e escravização dos nossos antepassados; Barram a devolução do roubo do resultado do nosso trabalho, expropriado pelos ancestrais dos proprietários e capitalistas de hoje; Impedem a reparação de negras negros pelo crime de racismo; A indenização das famílias negras pelo crime de escravismo moderno, racismo e pela violência das policias que genocidam nossa juventude e do estado que nos exterminam pela pobreza, a fome, a falta de trabalho, saúde, educação, de saneamento básico e moradia.

09. A Unegro e o PCdoB (A Conen e o CNAB que não tem coragem de se explicar e os APN’S e a Intecab que não sabem que bicho é isso) são contrários a Reparação e a Construção de um Projeto Político do Povo Negro para o Brasil. Todos esses setores estão satisfeitos com a democracia parlamentar representativa do faz de contas, que nos pedem que confiemos neles, para lhe darmos n cheques em branco, para que falem e decidam em nosso nome. Crêem que depois esqueçamos as negociatas que fazem em nosso nome, e de novo os sufraguemos nessas eleições.

10. Este é o motivo da criação da tropa de choque dos pit bulls da Seppir, que na tarde de ontem convocou todos os negros no governo para discutir o que fazer frente aos protestos contra o estatuto em todo o Brasil, e as posições da Assembléia Nacional da Frente em defesa da Titulação das Terras Quilombola? “O que fazer uma virgula?!,” na verdade, para enquadrar os “companheiros negros” em cargo de confiança para apoiar a sanção do estatuto, pelo governo. Curiosamente também, ontem (24 horas depois que os quilombolas em manifestação coletiva protocolaram solicitação de Audiência publica pra discutir a ADI-quilombola do DEM), foi que as centenas de militantes da Unegro com cargos no governo e no parlamento em Brasilia, se tocaram que deviam fazer algo semelhante (não podiam ficar pra traz), e correram ao STF para protocolar seu documento.

11. Éssa é a razão porque o movimento negro brasileiro não tem massa, Sr homônimo do ex-ministro da Igualdade. São essas posturas matreiras que transformam o povo em servos dos projetos da burguesia e da direita, com as quais os oportunistas de esquerda, se acumpliciam e se conluiam, retirando a iniciativa e o protagonismo do povo e de negras e negros, propiciando a vitorias institucional – eleitorais com fartos dividendos políticos e econômicos aos lacáios e as suas campanhas políticas milionárias, sempre enganando o povo. Preferimos reunir 150 no DF; 600 no RS; outros tantos em outras localidades com os nossos e os recursos dos solidários, continuar sonhadores utópicos em busca de verdadeiras mudanças, a reunir milhares de IRRESPONSÁVEIS PELEGOS, que se acumpliciam a soldo do governo (com dinheiro dos pobres, contrariando as convenções e acordos internacionais que a nação subscreve), para apoiar projetos com finalidades escusas, contra os interesses do povo.

12. Aliás, na Assembléia em Brasília, pude conhecer um outro pit Bull. O Senhor Alexandre. Este funcionário da Seppir, em uma reunião quilombolas no RS, com a finalidade de intimidar os quilombolas, informou aos mesmos, que tinha informação de um Coordenador Nacional do MNU, que o nosso companheiro e advogado Onir de Araujo, seria expulso do MNU, por advogar para o movimento quilombola-RS, contra os interesses do governo federal. Transgredindo os limites de suas funções na relação com o movimento social, e praticando ingerência em uma entidade historicamente firme em suas convicções, invendável e incorruptível. O Alexandre é da Unegro. Cobramos do ministro que o mesmo identificasse o informante sob pena de entendermos que esse era um novo método de ingerência do governo no Movimento Popular. O ministro não respondeu. O funcionário continua prestigiado. Concluímos que era ingerência. Esta é a concepção de prestação de serviço a comunidade e respeito a independência das entidades negras, quando de misturam o clientelismo, a Seppir e a Unegro.

13. Pelo estatuto da igualdade racial, os pit bulls do DEM/SEPPIR/UNEGRO estão juntos e misturados.

Vida curta aos pit bulls oportunistas do DEM e da Seppir!

 

-Consciência e organização para o povo pobre e preto mudar a nação!

-Pela Construção do Projeto Político do Povo Negro para o Brasil!

-Construção do Conceito, da organização e da luta pela Reparação Histórica e Humanitária!

-Contra a aprovação da ADIN do DEM no STF!

-Contra a Sanção do Estatuto da Igualdade Racial, pelo presidente Lula!

-Contra o Genocidio da Juventude negra!

-Pela Titulação de todas as Terras Quilombolas!

-Pela implementação de Cotas no trabalho e nas universidades, e das Ações afirmativas!

-O Conneb como fórum dessas construções!

Fonte: Lista de Discriminação Racial

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