O fortalecimento da democracia passa pela participação ativa das juventudes

Uma preocupação crescente na sociedade diz respeito à importância de se fortalecer as instituições democráticas. Para isso, a mobilização é um importante instrumento de pressão para manter e ampliar as liberdades de expressão e de imprensa.

Um grupo cada vez mais engajado de jovens tem se organizado para fazer a sua parte. As juventudes, que nas décadas anteriores eram vistas como desinteressadas e com pouco compromisso com as questões políticas, têm se implicado cada vez mais no tema.

Foi o caso da campanha para o registro do título de eleitor organizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2022 – a Fundação Tide Setubal realizou ações nessa direção. O enfoque da campanha foi reforçar a importância da participação das juventudes nas questões políticas. Entre janeiro e abril deste ano, o país ganhou 2.042.817 novos eleitores entre 16 e 18 anos, que comparecerão às urnas em 2 de outubro para exercer o direito do voto

Marcio Black, coordenador do Programa Democracia e Cidadania Ativa da Fundação Tide Setubal, conta que: “para dialogar com essa iniciativa do TSE e por acreditarmos na necessidade de que os/as jovens se expressem neste processo eleitoral, nos associamos à Liga Solidária e, junto com o Politize!, fizemos uma ação presencial  de registro dos jovens, que aconteceu no Galpão ZL, na E.E. Professor Pedro Moreira Matos e na sede da Liga Solidária no Educandário Dom Duarte.”

As juventudes tiraram o título. E agora? 

Fazer o registro eleitoral foi só um primeiro passo para que as juventudes participassem ativamente desse processo político. Agora o trabalho é para que elas se reconheçam como cidadãs/ãos de direitos.

Neste processo contínuo, em 20 de maio foi realizado o evento Juventudes, Democracia e Territórios no Galpão ZL, na zona leste de São Paulo. O evento teve como objetivo trabalhar temas e trajetórias relacionadas ao fortalecimento da democracia e da cidadania ativa ao falar sobre renovação política e em novas maneiras para fazê-la no dia a dia, bem como em criar condições para as juventudes terem protagonismo. Foram duas mesas com os temas:

  • Juventude e formação política: um voto na democracia, com participações de Gustavo Telles, conselheiro municipal dos direitos das juventudes de São Paulo e mobilizador da embaixada São Paulo do Politize!; Douglas Alencar, coordenador do Instituto Pensamentos e Ações para Defesa da Democracia (IPAD) no Rio de Janeiro; João Saraiva, da Juventude Negra Política; Kemilly Mendes Pardinho, ex-aluna da Escola Comum e atual monitora da organização; e Débora Dias, militante da Uneafro Brasil e covereadora do Mandato Periférico; e Anderson da Silva Guimarães, liderança potencializada no Edital Traços, da Plataforma Alas;
  • Excluídos da cidade: potência e convívio, da qual participaram Jaílson de Souza e Silva, diretor da Uniperiferias, conselheiro da Fundação Tide Setubal e cofundador do Observatório de Favelas; Macaé Evaristo, vereadora, mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Rodrigo Santos, escritor; e do geógrafo Aiala Colares, professor e pesquisador da Universidade do Estado do Pará (UEPA).

Atuar hoje para melhorar a política amanhã

Durante o mês de maio, a equipe do projeto Política do Amanhã realizou uma série de atividades no Galpão ZL – as ações contaram com participações de 20 jovens moradoras/es do Jardim Lapena.

A oficina, cujo objetivo era intensificar o senso crítico nessas/es jovens quando o assunto abrange eleições e a política no cotidiano, colocou o grupo em contato com conteúdos que dialogavam com as referências e repertórios que elas/es têm, para reforçar que todos os aspectos do dia a dia são políticos. Ainda, as atividades abordaram os aspectos gerais da Constituição Federal de 1988 e dos cargos políticos nas esferas executiva e legislativa.

Maisa Diniz, fundadora do Política do Amanhã, fala sobre a importância de ver a política no cotidiano e fazer reflexões sobre ela e o papel dos jovens na contemporaneidade. “Os jovens têm um papel crucial de virar o jogo. Trazer o jovem não só para o lugar de consciência, mas de responsabilidade, de que a Constituição Federal de 1988 já os enxerga como indivíduos capazes de escolher, opinar e de se posicionar. É muito importante que as juventudes se apropriem dessa responsabilidade.”

No perfil da Fundação Tide Setubal no Instagram é possível ver como esse evento, as oficinas e momentos formativos surtiram efeito positivo na percepção que as juventudes apresentam sobre a política, a forma criativa como falam sobre democracia, direitos e a experiência de tirar o título. Além disso, elas/es fizeram leituras e interpretações sobre tais aspectos por meio das produções de vídeos dos elementos democráticos presentes nos desenhos animados e filmes, além de terem recitado poesias.

Um exemplo é o vídeo dos jovens Yasmin de Almeida e Wandreyverson Junio Fernandes sobre a série animada A Patrulha Canina. “A Patrulha Canina faz apologia à polícia e à repressão estatal, que é o ato de um ente estatal controlar pela força um cidadão por motivos políticos, com o objetivo de restringir ou impedir a participação do cidadão na vida política de uma sociedade.”

Para entender e mergulhar

Para saber mais visite o perfil da Fundação Tide Setubal no Instagram e veja como está ocorrendo o engajamento político das juventudes.

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