O Ladrão de Bicicleta e a nossa sociedade racista

Uma experiência didática sobre o privilégio de se nascer branco em uma sociedade racista e o risco de se nascer negro numa sociedade onde o racismo é tão ‘naturalizado’.

 

Com o rapaz branco os passantes arriscam algumas perguntas, mas ninguém ousa chamar a polícia.

cerco

Já diante do jovem negro ninguém fica alheio ao ato que ele pratica e alguns além de fotografá-lo chamam a polícia e há momentos que achamos que ele corre risco real de sofrer violência física. Detalhe: ele é muito mais franzino que o garoto branco.

denúncia

Dois “ladrões”: um branco e um negro tentam roubar uma bicicleta em público.

Sumário: Neste episódio do programa de televisão estadunidense “O Que Você Faria”, dois atores diferentes encenam um roubo de bicicleta em um parque público. Ambos os atores são adolescentes, da mesma idade, vestindo roupas semelhantes, utilizando o mesmo conjunto de ferramentas de arrombamento, no mesmo parque, por volta da mesma hora do dia, tentando cortar a fechadura da mesma bicicleta, no entanto, um dos atores é negro e o outro é branco.
Uma câmera escondida documenta as diferentes reações das pessoas que passam pelo local e veem a cena.
A variação na reação das pessoas pode ajudar a ilustrar o conceito de discriminação racial.
Discriminação racial envolve o uso de raça ou etnia do indivíduo como base para determinar se uma pessoa está envolvida em atividades ilegais. Muitas vezes, a discriminação racial refere-se a uma atividade praticada pelos agentes públicos que fazem a aplicação da lei, no entanto, neste vídeo vemos pessoas comuns envolvidas nesta forma de discriminação.
Os espectadores podem ser incentivados a comparar e listar as diferenças nas reações das pessoas e falar sobre se (e como) estas diferenças constituem discriminação racial. Além disso, os telespectadores podem pensar sobre as implicações da discriminação racial, por que não importa se a situação apresentada foi encenada já que a discriminação racial foi real.
No final do clipe, um estereótipo de beleza branca (uma jovem branca, loira, com roupas atraentes) faz as mesmas ações que os atores anteriores que interpretavam um ladrão branco e um negro.
Por que as reações das pessoas a essa ‘ladra’ é tão diferente daqueles que reagiram aos meninos cortando o cadeado de bicicleta?
Este vídeo pode também ser usado para ilustrar um exemplo de uma experiência social.

YouTube video

 

Existe racismo no Brasil? Faça o Teste do Pescoço e descubra

 

Fonte: Maria Frô

+ sobre o tema

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...

para lembrar

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro...

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira...

Promotor é investigado por falar em júri que réu negro merecia “chibatadas”

Um promotor de Justiça do Rio Grande do Sul é...
spot_imgspot_img

O pardo e o mal-estar do racismo brasileiro

Toda e qualquer tentativa de simplificar o racismo é um tiro no pé. Ou melhor: é uma carga redobrada de combustível para fazer a máquina do racismo funcionar....

Quem ganha ao separar pessoas pretas e pardas?

Na África do Sul, o regime do apartheid criou a categoria racial coloured, mestiços que não eram nem brancos nem negros. Na prática, não tinham...

Justiça manda soltar PM que matou marceneiro negro com tiro na cabeça na Zona Sul de SP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) concedeu nesta quarta-feira (27) habeas corpus ao policial militar Fábio Anderson Pereira de Almeida, réu por assassinato de Guilherme Dias...