Estava no Facebook em mais uma noite de insônia, quando me deparei com uma postagem da página Mundo Interessante onde falava sobre uma pesquisa feita pelo IPEA que aponta povo do Nordeste como o mais feliz do Brasil. Até ai tudo bem, mas ao verificar os comentários da postagem fiquei enojado com a atitude extremamente preconceituosa de um cidadão chamado Rafael Maraes.
Um misto de perplexidade e revolta tomou conta de mim quando vi a forma como o povo do Nordeste foi tratado nos comentários inescrupulosos do rapaz. Fomos chamados de fedidos, feios, ladrões, traficantes e etc. Como é possível que hoje em dia ainda existam pessoas com a mentalidade de Rafael? Não caro leitor, isso não é complexo de inferioridade ou de vira-latas como muitos gostam de dizer por aí. Essa é mais uma prova cabal de que falta rigor na punição referente a crimes dessa categoria em nosso país, pois vez ou outra nós nos deparamos com coisas desse tipo em redes sociais.
Se existisse rigor, as pessoas com certeza pensariam duas, três, quatro, até mil vezes antes de tomarem tal atitude. Mas pensando bem, de que adianta rigor quando há a infeliz falha de caráter? Sim, preconceito é falha de caráter independente de contra quem ele é direcionado.
Rafael Maraes, não estou aqui como defensor exclusivo do Nordeste, mas sim como um defensor da justiça, pois pessoas que fazem o que você fez deveriam estar na cadeia. Enquanto você faz pouco caso da seca que a nossa região enfrenta, eu e muitos outros “feios” e “fedidos” ficamos comovidos quando vemos nos jornais que uma enchente acabou vitimando de alguma forma, pessoas em sua região. O Brasil não tem vergonha do Nordeste. O Brasil tem vergonha de ter brasileiros com o pensamento retrógrado e imundo como os que você externou na pagina Mundo Interessante. O nordestino não é feio nem fedido, o preconceito sim.
O preconceito é tão feio, que é impossível olhar pra ele e não se assustar. É tão fedido, que mesmo acontecendo a quilômetros de distância, é capaz de causar ânsia de vômito em quem sente o seu mau cheiro.
Rosana Jatobá – O insustentável preconceito do ser!
Fonte: Papo Reto
