Obama: caminho é a democracia

Por: Cássio Bruno e Chico Otavio

Presidente diz que relação Brasil-EUA não deve ser de subordinação

O presidente americano Barack Obama citou ontem a democracia brasileira como referência para os rebeldes em luta contra os regimes ditatoriais do norte da África.

Em discurso no Theatro Municipal, no qual garantiu que as relações entre Estados Unidos e Brasil agora são entre nações iguais, e não mais como “parceiros sênior e júnior”, Obama disse que a luta contra o regime militar de 1964, iniciada nas ruas, demonstrou como o anseio popular pela liberdade pode transformar uma nação e até o mundo.

Um dia depois da ofensiva da Otan contra as forças de Kadafi, o presidente americano assegurou que, desde o início da revolta na Líbia, os Estados Unidos “deixaram claro que as mudanças pretendidas devem ser conduzidas pelo seu próprio povo”.

Embora admita que “ninguém sabe onde as mudanças vão acabar”, ele disse que o mundo não deveria temê-las:

— Vimos o povo líbio tomar uma posição corajosa contra um regime determinado a hostilizar os próprios cidadãos. Em toda a região, os jovens se levantam. Uma nova geração exigindo o direito de determinar o próprio futuro.

Iniciado com referências a Jorge Ben Jor e encerrado com uma frase de Paulo Coelho, o discurso de Obama ao povo brasileiro durou 20 minutos.

Elogios à democracia brasileira, comparações entre as duas nações, reconhecimento do protagonismo do país no cenário mundial e até uma canja em português — “Alô, Cidade Maravilhosa, boa tarde a todo o povo brasileiro” — fizeram o pronunciamento ser interrompido, muitas vezes, por aplausos.

Com o auxílio de um teleprompter (monitor de vídeo), Obama parecia descontraído diante das 1.800 pessoas que lotaram a plateia. Agradeceu pela presença, “apesar do jogo do Vasco e Botafogo”, e disse que uma das primeiras impressões sobre o Brasil veio do filme “Orfeu Negro”, do francês Marcel Camus, que assistiu levado pela mãe:

— Minha mãe infelizmente já se foi. Ela nunca imaginaria que a primeira viagem do filho para o Brasil seria como presidente dos EUA — declarou, provocando uma primeira salva de aplausos.

 

Fonte: O Globo

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